19 de maio de 2006

Renda-se! Você está cercado!


Desisti! Tentei evitar o assunto, mas tá difícil. Tem uma pergunta que não quer calar de jeito nenhum: que diabos é isso que está acontecendo em São Paulo? Gente, que loucura é essa? Como é que pode um cara de dentro de uma cadeia fazer um negócio desses? Por tudo o que temos lido, visto e ouvido nestes últimos dias, parece que não tem mesmo outra solução: vamos cobrir o Brasil de novo e chamar o Cabral para redescobrir. Porque do jeito que está, definitivamente, não dá. Não bastassem escalabros como, por exemplo, esse Pimenta Neves estar solto apesar de ser réu confesso, a Suzane Von Richthofen ter estado solta, ainda que por alguns dias, acabamos ainda tendo que agüentar gente como esses caras do PCC querendo direito a visita íntima, televisão para ver a Copa e mais liberdade dentro da cadeia. Pera aí, pera ái: fala sério! O cara comete um crime, é condenado e ainda quer ter direito a transar na cadeia às minhas, às suas, às nossas custas? Como diria minha mãe, eu lá sou pai de pançudo pra sustentar barrigudo? Como se não fosse suficiente ter que sustentar essa gente na cadeia sem fazer nada, sem produzir nada, só comendo, dormindo e comandando o crime do lado de fora o dia inteiro! Quer ter o direito de fazer sexo à vontade? Quer ver a Copa do Mundo pela TV? Quer mais liberdade? Simples, basta andar na linha e não cometer crimes. Mas já que cometeu, pode dar adeus a essas coisas todas. Cadeia é cadeia, amigo! Não é hotel e nem motel. É claro que, conhecendo nosso sistema de justiça, é razoável supor que muitos nem devessem estar ali. Mas a grande maioria não está ali por azar, por implicância ou por vontade própria: está ali porque é um criminoso e tem uma dívida a pagar para com a sociedade. E, se está, tem que perceber que quando você comete crimes, você perde, sim, alguma coisa. Mas não, nada disso. Eles querem TV para ver a Copa. Querem visita íntima. Querem poder usar telefone e ver os advogados picaretas deles a qualquer hora. Fica a pergunta: mamar na vaca ele não querem?
O problema, claro, é muito maior e mais complexo do que aparenta. Vem de leis frouxas, juízes frouxos, carcereiros frouxos e continua até chegar ao topo, nos nossos “nobres” parlamentares, deputados e senadores que, talvez por estarem muito ocupados assaltando os cofres públicos, talvez por não terem o menor interesse em leis mais rigorosas que, eventualmente, possam vir a apertar seus próprios pescoços, também são frouxos, lerdos, corporativistas. O carcereiro diz que a culpa é do diretor da prisão, o diretor diz que a culpa é do secretário de Administração Penitenciária, o secretário diz que é culpa do secretário de Segurança Pública, o secretário de Segurança diz que a culpa é do governador, o governador diz que a culpa é do congresso, o congresso diz que é do judiciário e o judiciário diz que é do Presidente da República. Daqui a pouco, vamos ter que ouvir que a culpa é de Deus.
Enquanto isso, o povo que se lasque. Meu compadre Paulo, que é empresário em São Paulo, que se lasque e feche sua loja em plena segunda-feira, porque um policial disse a ele que, se funcionasse, não poderia garantir sua segurança e nem a da loja. Vejam bem, meus 13 leitores: a polícia mandou ele fechar a loja porque não poderia garantir a segurança dele. Não era um segurança particular, era a polícia!!! A polícia não pode garantir sua segurança!
A verdade, verdade mesmo, é uma só: agora não dá mais para continuar fazendo de conta que a gente acredita que a polícia controla as ruas da cidade. Acabou a farsa. A cidade é deles!
E aí? Vai querer pegar de volta? Vai encarar? Se não vai, é favor sair com as mãos para cima. Você está cercado...

Quem é doido de deixar o crime assumir o controle da cidade?

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