30 de dezembro de 2012

Medicando e andando

"Calma, senhor, vamos levar um dedinho de prosa"

- Você é um médico de cu! - disse o paciente para o proctologista incompetente.
- E eu? - perguntou o urologista.
- Você não, você é um médico do caralho!

22 de dezembro de 2012

Foi por pouco...


- Alô.
- É da padaria Primavera?
- Sim, pois não.
- É sobre um pedido de peru de Natal. Eu queria saber se dá pra cancelar.
- Eu tenho que ver na cozinha se já não está pronto, senhor. Se estiver, não tem como cancelar. Qual é o número do pedido?
- 171.
- 171, 171... Ah, está aqui. Um peru de Natal recheado com limão. Parece que ainda não foi para o forno, não. Estamos em falta de limão.
- Não é limão, é lima.
- Piorou. Se nem limão tá tendo, imagina lima.
- Na verdade, não era bem da fruta que eu estava falando. É lima tipo ferramenta.
- Tipo uma serra?
- Não me fale nesse nome, por favor! Ainda dá pra cancelar?
- Sim, senhor. Não íamos ter como fazer, mesmo. Não temos uma lima para colocar dentro do peru, senhor. Quer fazer o cancelamento?
- Por favor.
- OK, cancelando o pedido 171, um peru  recheado com uma lima. Estava em nome de quem?
- José.
- José de quê?
- Dirceu.
- Não estou vendo esse nome aqui, senhor.
- Deve estar em nome de quem ia pagar. Procura se não tem um Marcos aí. O sobrenome é Valério.
- Ah, está aqui, sim. Em nome de José, com fatura a ser enviada para o sr. Marcos. Muito bem, seu José. Cancelado. Um feliz Natal e um bom ano novo pro senhor.
- O Natal ainda deve ser, mas o ano novo, eu não sei, não...

24 de junho de 2012

Marcha, soldado (1) - Trollado pelo sargento

          Já era o final dos anos 80 e, depois de ter recém-adquirido (e exercido!) o direito ao voto para menores de 18 anos, era hora do dever. Não há direitos sem deveres, afinal, certo? E, no ano em que completaria 18 anos, era meu dever apresentar-me às Forças Armadas e atender ao chamado que volta e meia eu via na TV: "jovem, é glorioso aprender a defender a pátria", sempre me lembrando que, ao contrário do que me parecia, aquilo era "um direito antes de um dever". Fosse como fosse, opcional é que não era. E, em não sendo, nada me restava a fazer a não ser me apresentar para a seleção que responderia à importante questão: estaria eu, afinal de contas, apto a participar da defesa do Brasil? Contra o quê, eu não sei, já que estávamos, como estamos ainda hoje, em paz, condição que perdura desde o final da Guerra do Paraguai. Além da falta de propósito em participar da defesa de algo que não estava sendo atacado, confesso que, mesmo passados alguns poucos anos da redemocratização do Brasil e da volta dos militares aos quartéis, restava ainda um quê de medo desses caras. Sei lá, não era nem por mim, mas se todo mundo que eu conhecia sempre tinha tido medo de militar, coisa boa é que não devia ser. De maneira que defender a pátria era um direito do qual eu abria mão em favor dos que estavam a fim de fazê-lo. Mas como dizer isso sem ofender o Exército Brasileiro, ou pelo menos, sem precisar pagar aquele mico básico? A resposta estava em casa mesmo: meu pai. Que não era militar, mas mantinha relações boas com um pessoal do Exército desde que emprestara um espaço sob sua administração para uma exposição do pessoal de verde-oliva. Explicada a questão aos conhecidos de lá, veio a orientação: apresentar-me normalmente e avisar quando seria o exame de saúde.
          No dia da apresentação, lá fui eu, às quatro da manhã, garantir lugar na fila. Dei sorte, eu era o quinto. Meia hora depois, a fila já dava voltas. Gente que não acabava mais, todo mundo com os documentos e as fotos na mão, esperando, esperando, esperando. De repente, surge um sargento que começa a conferir os documentos dos primeiros da fila e, do nada, avisa aos gritos:
          - Antes de mais nada, eu preciso saber se tem gente aqui da Comunidade A. Alguém, alguém? Aqui, a galera da Comunidade A tem tratamento especial.
          Comunidade A, caso meus 13 leitores estejam meio distraídos, é pseudônimo, claro. Fictício total. Mas a quantidade de gente de lá que havia na fila era bem real. Umas quarenta, cinquenta pessoas se apresentaram. O sargento continuou:
          - Sai todo mundo dessa fila e formem outra aqui do lado.
          Sim, sim, eu sei o que vocês devem estar pensando. É foda, mesmo. Logo a outra fila estava formada, cheia de pessoas sorridentes. O primeiro da fila original, que já estava lá antes de todos, protestou levemente, disse que se atrasaria para o trabalho, claramente esperando ser acompanhado por outros, o que  não se deu, já que ninguém estava a fim de ser esculachado ali. Sobrou para o babaca solitário:
          - Ah, tem trabalho, é? E não concorda com o tratamento especial? Tudo bem, Entra na outra fila, sem neuras. Fica logo na frente pra não reclamar mais - respondeu o sargento.
          Será possível que tinha um cara gente boa ali? Que sorte o carinha parecia ter dado. Mas só parecia. Arrumada a fila, a surpresa. De novo o sargento:
          - Muito bem, agora todo mundo da fila da comunidade A atravessa a rua e espera do outro lado. Quando toda essa fila acabar de ser atendida, a gente atende vocês. Eu sou da Comunidade B e detesto a galera da Comunidade A. Tratamento especial pra vocês...
          O rapaz que era o primeiro da fila e tinha tido a pachorra de reclamar nem merecia o golpe de misericórdia que veio depois disso, quando o sargento instruiu o guarda:
          - Quando essa fila acabar, chame o último daquela e depois o penúltimo, até chegar naquele babaca que reclamou ali. Deixa esse para o final de tudo.




          Saí dali certo de que a má fama do Exército não era de todo imerecida. E de que, definitivamente, eu não queria fazer parte daquilo. Só faltava o exame de saúde para a aguardada dispensa (onde o prometido é que eu teria uma forcinha). Mas essa é outra história, que conto depois.


          Quem é doido de, não sendo da Comunidade A, não reconhecer que a sacanagem foi boa?

19 de junho de 2012

Zoológico humano

Do nada, as vozes começaram a se projetar pelo corredor e tornaram pública uma conversa que o bom-senso mandaria que fosse travada no interior do apartamento:
- Eu só vou sair daqui quando você abrir a porta! Não, meu amor, eu não vou embora, só quando você abrir a porta! Meu querido, eu sei que você está com mais alguém aí dentro. Eu só quero que você abra essa porta e tenha a coragem de assumir as suas merdas! Ah, não vai abrir? Pois eu tenho todo o tempo do mundo para ficar aqui. Uma hora vocês vão ter que sair daí. E eu estarei aqui.
Um clique. A porta se abriu. Uma voz pedia calma.
- Calma? Mas quem está nervoso aqui? Só se for você. Cadê a pessoa que estava aí com você? Mas como não tem ninguém? Então, porque você está bloqueando a porta? Deixa eu entrar!
Novo pedido de calma. Uma terceira voz se faz ouvir. Assustada. Tensa.
- Ah, então é ela que não estava aí com você, é? Mas que coisa. Pagou quanto por essa tipa? Ah, como é que você não é puta, meu amor? Me desculpe, mas com essa cara e essa roupa, se não é merece ser confundida com uma. Cobrou quanto dele? Anda, fala, cobrou quanto? Ah, trezentos reais? Era só isso que eu queria saber, quanto vale a dignidade de uma pessoa. A dele valeu trezentos reais. Pra mim,. esse foi o preço que custou para saber que você é um canalha! Bastou eu viajar uns dias e você já me trai, se mete com puta. E não satisfeito em se meter com elas, ainda trouxe uma para dentro da nossa casa. Sim, porque essa também era minha casa, não é? Ou já esqueceu que eu moro, ou melhor, morava aqui também? E não pedi para isso, não, foi você que foi lá me buscar em casa e me pedir para por favor vir viver com você! Agora me apronta uma dessas? Canalha, desclassificado!
Choro. Soluços.
- Ah, minha filha, choro de puta era o que me faltava, mesmo. Pegou sua grana? Então ainda está fazendo o quê aqui? Tchau, vaza. Vai rodar sua bolsinha em outro lugar.
A outra voz ensaia uma tímida despedida, uma promessa de ligação posterior para esclarecer tudo e a recomendação de que não leve a mal. Chamou a fulana pelo nome.
- Ah, ela tem nome. E merece uma ligação para esclarecer tudo. Eu mereço, mesmo. Vou me meter com canalha, dá nisso! Vai me deixar entrar ou não?
Passos porta adentro. Porta se fecha. As vozes se tornam inaudíveis e o silêncio volta. Deve ter rolado um DR de proporções cataclísmicas, mas essa, como deve ser, foi travada dentro do apartamento.

Agora, releia toda essa história sabendo que a voz que tanto reclamava não era uma esposa que pegou o marido com uma puta, mas de um gay que pegou o companheiro (meu vizinho!) com uma mulher e, ainda por cima, puta.

Definitivamente, tenho que começar a procurar outro apartamento. Não bastasse o vizinho pianista (que, pelo menos, toca maravilhosamente bem), o vizinho chicleteiro (que, como convém a essa espécie, tem um gosto musical para lá do Deus-me-livre e um aparelho de som de altíssima potência) e o vizinho boca-suja (sempre gritando impropérios em altos brados, na quadra que fica em frente à minha janela), agora tenho um vizinho putanheiro e tenho (ou tinha., sei lá no que deu a DR) um vizinho barraqueiro...

Quem é doido de não achar que esse zoológico humano que é meu prédio tem uma fauna singular?

12 de junho de 2012

Portais do Inferno (2)










Ainda bem que foi um enfarto cardíaco. Se fosse de outro tipo, a medicina ia ter muito trabalho para explicar...


Quem é doido de não saber que todo enfarte é cardíaco?

10 de maio de 2012

Portais do Inferno (1)

Olha, sem querer chocar ninguém com a dureza da realidade, mas não há perspectiva de mudança nessa situação. É bom se acostumarem, porque o cara não vai voltar...


Quem é doido de não conseguir pensar numa forma melhor de dar a mesma notícia?

Este post foi uma cortesia de um dos Portais que abundam na Internet.

17 de fevereiro de 2012

E não é que foi?

Eu já disse aqui em outro post que certo mesmo estava Raulzito quando dizia que o negócio era reclamar. As reclamações sobre os problemas do carro novo de dona Volante e o (não-)atendimento da Brune postadas, entre outros lugares, aqui, deram resultado. Via Twitter, dona Renault do Brasil se envolveu no problema e se dispôs a ajudar. Mas acabou que nem precisou. Porque, afinal, parece que a Brune tem funcionários que entendem de Renault, sim. Pelo menos dois deles, Marcos e Ricardo (alô, vocês, obrigado de novo!) entendem. Tanto que acharam até graça quando dissemos que havíamos ido até lá para retirar o som e enviar para São Paulo, como havia nos sido sugerido antes. Com a maior calma, levaram o carro e, alguns minutos depois, lá vem ele de volta com a sonzeira bombando. Dona Volante até demorou para acreditar que era mesmo do carro dela que vinha aquele trololó todo. E eu, que sou anti-axezeiro, nunca fiquei tão feliz em ouvir uma música da Timbalada. Problema resolvido, enfim, 14 dias e 4 visitas à Brune depois.
Logo em seguida, dona Volante recebeu ligação de dona Renault do Brasil perguntando se estava tudo OK, e, diante da resposta positiva, oferecendo como compensação a primeira revisão gratuita, além de solicitar (arrá!) que a solução também fosse postada nos blogs e redes sociais onde reclamamos (portanto, obrigado também, Zuckerberg e Jack Dorsey*!). Pedido até desnecessário, já que sempre foi minha intenção dar o espaço para a resposta deles e contar como se resolveu o caso. O QED? é um blog justo, afinal. E, justiça seja feita, declaro:

1) Que o envolvimento de dona Renault do Brasil foi importante, nem que fosse para sabermos que nosso problema estava sendo acompanhado por quem manda de verdade na bagaça,

2) Que os funcionários Marcos e Ricardo são dois oásis de sabedoria e bom atendimento no deserto da Brune e merecem um aumento de salário e parabéns,

3) Que o som, desbloqueado depois de tanto tempo, é bastante bom, fala alto pacas e pede, urgente, um CD dos Ramones para ser devidamente inaugurado, e

4) Que as redes sociais têm poder.

Portanto, dona Renault do Brasil, agradeço, em nome de dona Volante, a ajuda e a cortesia da primeira revisão gratuita. Se não apaga os problemas (que foram causados, ressalte-se, pela concessionária, a Brune, e não pela Renault do Brasil), pelo menos mostra boa vontade da matriz em resolver. E isso não é pouco! Valeu pela força, afinal. Confesso que não imaginei que escreveria tão cedo este post sobre a solução, mas ei-lo aqui, então. Agradecidos, viu? Ou, em bom francês, comme il faut, merci beaucoup. Mas que um puxão de orelhas na Brune ia bem, lá isso ia...

Quem é doido de não reconhecer que, com boa vontade, tudo se resolve?




* Jack Dorsey é o criador do Twitter. Zuckerberg dispensa apresentações.

Será que agora vai?

Via Twitter, a Renault do Brasil (@RenaultBrasil, acompanhe meu Twitter aqui do lado direito da página) fez um contato colocando-se à disposição para ajudar. Por questão de justiça, publico a informação, ressaltando que, por enquanto, só ofereceram a ajuda. Se ela, de fato, se concretizar, publicarei aqui.

Por enquanto, segue a novela.

Quem é doido de recusar ajuda com um problema desses?

13 de fevereiro de 2012

Brune, uma concessionária Renault que não entende nada de Renault

Sandero Stepway: nem se emplogue, é bonitinho, mas ordinário...
    Era para ser um sábado legal. Dona Volante, apesar da greve dos PMs na Bahia, recebeu ligação da Brune, concessionária onde havia comprado seu carro novo, um Renault Sandero Stepway, dizendo que poderia ir buscá-lo. E lá foi ela, feliz da vida, já antecipando a felicidade de ter seu aguardado novo carro em mãos. Mas a Brune, concessionária Renault localizada na avenida Paralela, Salvador, não estava disposta a dar este gostinho a ela.
    Para começar, o vendedor, outrora tão solícito e disponível, agora que o carro já estava vendido simplesmente transferiu a tarefa de atendê-la a uma tal "gerente de entrega", de prenome Paula, que nunca aparecia para atender dona Volante. Após uma loooooonga espera de cerca de uma hora e meia, em que funcionários se dividiam na tarefa de sentar à nossa frente na mesa e fazer de conta que estávamos sendo atendidos, fomos chamados pela tal Paula a ver o carro. Que, aliás, estava em exposição na concessionária, totalmente aberto, apesar de estar vendido, sendo sentado por uma série de "nádegas indevidas", como diria Jânio Quadros. Foi a nossa reclamação sobre as tais "nádegas indevidas"que trouxe à tona o primeiro problema: dona Volante pediu para que o carro fosse trancado, para que ninguém ficasse mexendo no que não lhe pertence, mas ninguém conseguia encontrar a chave do mesmo. Procura daqui, procura de lá (e mais uma loooonga espera) e, finalmente, a tal Paula apareceu para dizer que a chave havia sumido. Assim, na maior cara limpa. Segundo ela, perdida no transporte e, portanto, culpa da montadora, a Renault. O jeito, segundo ela, era levar a chave reserva (que não aciona o alarme) e esperar até a segunda, quando, segundo ela, um funcionário faria a codificação da nova chave. Mas os problemas não acabaram por aí. Alertada por dois meninos que corriam em volta do carro procurando defeitos, dona Volante teve sua atenção chamada para um pequeno risco no lado esquerdo do carro. Coisa boba, mínima, mas inaceitável num carro zero-quilômetro. Mal sabia ela que, na verdade, era uma sortuda: um homem que também havia ido buscar seu carro novo, um Clio, saiu de lá xingando a tudo e a todos quando percebeu que a Brune tentava lhe empurrar um carro com uma mossa enorme no teto e pintura arranhada, como se tivesse caído um coco em cima. E a Brune insistia com ele que isso era bobagem, que bastava levar o carro até lá de novo na segunda que o "probleminha" seria consertado. O homem, claro, não aceitou. Portanto, o que é um risquinho bobo perto de um amassado de coco no teto do seu carro zero? Para a Brune, não é nada (como aliás, não é nada entregar um carro zero a um cliente com um amassado no teto).
    Bom , chame dona Volante de cri-cri, se quiser, mas ela fazia questão de receber aquilo por que havia pago: um carro zero, sem defeitos e funcionando perfeitamente. E isso também não incluía as bolhas que os incompetentes zelosos funcionários da Brune deixaram ficar entre a película e o vidro. O que elevava a dois os defeitos do carro zero. Quanto mais cobrávamos uma resposta, mais se esforçavam em enrolar a situação: "a senhora traz o carro na segunda que em no máximo uma manhã tudo se resolve", prometia a tal Paula. Sem alternativa, dona Volante aceitou a postergação, já que havia acabado de entregar seu carro antigo como parte do pagamento e não queria ficar sem meio de transporte durante um fim de semana. Então, pensou em relaxar um pouco ouvindo o aparelho de som de seu novo carro. Novo problema: o aparelho de som necessitava de um código para desbloqueio, algo que, segundo a corja equipe da Brune, seria fácil de arranjar, já que bastaria acessar a internet para baixar o tal código de segurança. Coisa de minutos. Nova espera (tão loooonga quanto as anteriores) e, finalmente, chegou a informação de que ninguém ali conseguia ter acesso ao tal código e que o remédio seria (adivinhou?) esperar até segunda, quando um funcionário desbloquearia o aparelho com o código correto.
    Já sem paciência, dona Volante pediu para falar com o gerente geral, coincidentemente de prenome Paulo. Apesar de ser sábado e ainda haver clientes esperando atendimento (e reclamando pela péssima qualidade do mesmo), o tal Paulo estava em horário de almoço. Foi então solicitado o telefone do mesmo para que um contato fosse feito, explicando as razões de dona Volante estar tão insatisfeita com a Brune. Uma apreensão geral foi percebida nos olhos dos funcionários: muito sem graça, um deles explicou que o sr. Paulo, gerente geral da Brune, proibia expressamente que seu número fosse passado a clientes (pasmem!), sendo a solução o próprio funcionário ligar para ele, de seu celular pessoal, e passá-lo a dona Volante para ela que falasse com o omisso sujeito. Que, óbvio, fez aquele número "eu não sabia, vou tomar providências". Chegou até a enganar dona Volante com o discurso. Mas a única diferença é que dona Volante passou a ser, de fato, atendida (até porque já era tarde e a maioria dos clientes havia ido embora e os funcionários estavam sem nada para fazer). Mas nenhum dos problemas apontados teve solução imediata. Como era tarde e ela já havia passado mais de três horas na Brune, resolveu ir embora, confiante que tudo seria resolvido na segunda, conforme prometido.
    Veio a segunda-feira, apenas para que dona Volante compreendesse porque falam tão mal das concessionárias da Renault. Através da Morena, concessionária Ford que faz parte do mesmo grupo da Brune, um funcionário foi enviado para resolverer os problemas, mas depois de uma manhã dona Volante foi informada de que a chave continuaria sem solução, já que ninguém sabia como codificá-la. O som foi igualmente um mistério para os técnicos, que mexeram nele por horas, tentando centenas de códigos, mas continuaram sem saber como fazê-lo funcionar (alô, Renault, que tal enviar uns manuais de instrução para o pessoal da Brune aprender a mexer em carros da marca que eles vendem? Parece uma boa ideia...). Novo prazo foi pedido para resolver tudo. Alguns dias depois, um técnico (que informou ser terceirizado) resolveu o problema da chave (que funciona, apesar de ser extremamente difícil retirá-la do contato, um problema recorrente no modelo, segundo apurou dona Volante).  Parece que a Brune, finalmente convencida de que seus funcionários não entendem nada de Renault, passou o serviço a alguém de fora. Alguém este que resolveu o problema. Pelo menos este problema. E as bolhas, já que parece que os bolhas dos funcionários e as bolhas da película se entenderam bem. Os outros? Bom, basta dizer que faz dez dias que não fazem outra coisa a não ser enrolar dona Volante.
   Agora, ela acaba de ser informada que o aparelho de som deverá ser retirado totalmente do carro (deixando um bonito buraco no meio do painel de um carro que, vale a pena lembrar, é zero-quilômetro) e enviá-lo à assistência técnica, fora da Bahia, já que ninguém na Brune ou na Morena conseguiu resolver o problema. Claro que é exigir muito de uma concessionária Renault que entenda como funciona um Renault. E, é claro, eles não têm um aparelho novo em estoque (como aliás, não têm estoque de peça nenhuma, problema recorrente da Renault no Brasil) para substituição. O som que não funciona e o arranhão continuam lá, firmes e fortes, esperando uma solução. O que, pelo visto vai demorar mais do que o atendimento na Brune.
    Cansada, dona Volante decidiu: vai processar a Brune por danos morais. O que, provavelmente, será mais rápido do que os prometidos consertos no carro. Pelo menos o carro deve ter conserto. Já uma empresa como a Brune...

    Vai comprar um carro novo? Não compre um Renault. E, se comprar, pelo menos não o faça na Brune. Além da dor de cabeça, você ainda pode ganhar um carro com amassado de coco no teto...


    Quem é doido de tratar assim um cliente? Ou melhor, ex-cliente, porque dona Volante não quer mais conta com a Brune. Só na Justiça.

9 de fevereiro de 2012

Desmotivacionais (2)

Para desespero deleite de meus 13 leitores, segue mais uma série.
Clique em uma imagem para abrir todas em tamanho maior.













25 de janeiro de 2012

Enquanto isso, no Palhaço (quer dizer, Palácio) do Planalto

"Ô, sr. ministro número 3.432, aí na outra ponta da mesa, dava pra me passar o sal?"

"Não, presidenta, o ministro número 2.456 já roubou o saleiro..."



Quem é doido de ter tanto ministro num governo?