23 de outubro de 2006

"Adeus não, me diga até breve..."

Começo este post pedindo a licença dos meus 13 leitores habituais para me dirigir a outros leitores. Sei que vocês não são ciumentos e hão de entender, é que eu preciso me despedir do pessoal da Leiaute, a agência onde estive trabalhando nos últimos meses. E, como sangue judeu não falha, aproveitei para ganhar umas visitinhas a mais no blog hoje... sabem como é, business is business...

Pois começo esta despedida avisando logo que detesto despedidas. E acabei lembrando de Homer Simpson, em um episódio onde ele tinha que fazer um teste de QI e, desesperado com aquilo, faz uma proposta a seu cérebro: “Muito bem, cérebro, eu não gosto de você e você não gosta de mim. Então, vamos nos ajudar e acabar logo com isso pra eu poder voltar a matar você com cerveja.”. Sábias palavras...

Dizem que o tempo passa mais rápido quando a gente está se divertindo. Deve ser por isso que nem vi esses meses passarem aqui na Leiaute: estava me divertindo horrores. Claro que entre uma risada e outra havia um job (ou havia uma risada entre um job e outro?). E, entre um job e outro, haviam todos vocês, comprovando que um lugar é tão bom para se trabalhar quanto as pessoas que trabalham ali. Vou levar daqui novos anúncios para o portifolio, novas experiências profissionais e, mais importante que tudo isso, novas amizades, novas histórias e novos motivos para sorrir quando me lembrar de tudo isso. Acho que saio no lucro...

Ficam aqui os meus beijos e abraços aos novos e aos velhos amigos. Distribuam-nos de acordo com o bom senso, reservando os primeiros para as mulheres e deixando os segundos para os barbados. Não façam confusão, hein???

De resto, se alguém sentir saudades das histórias e das risadas (tem doido pra tudo nesse mundo...), deixo aqui as portas do meu blog abertas e o convite para que vocês voltem sempre que quiserem (e acrescentem aos favoritos, hehehehehehe). Espero que queiram sempre.

E, voltando ao Homer Simpson, agora que meu cérebro conseguiu terminar esta despedida sem parecer piegas e sem usar nenhum clichê, vamos pular logo para a parte da cerveja, que é o que interessa!
Sugestões???


Quem é doido de não levar a Leiaute do lado esquerdo do peito?


PS – O título deste post veio do fundo do baú e fica como sugestão...

Demorou, mas chegou!


Senhoras e senhores, a espera acabou! O Brasil já tem um piloto prontinho para reviver as alegrias de 1972, 1974, 1981, 1983, 1987, 1988, 1990 e 1991. Massa mostrou na segunda metade desta temporada que fez a lição de casa direitinho e agora cobiça legitimamente o campeonato mundial na próxima temporada. Este blogueiro avisa desde já, e podem cobrar: Massa campeão do mundo em, no máximo, dois anos. Se o azar do Kimi Raikkonen for realmente crônico, vai ficar mais fácil ainda. Pode até ser que ele não ganhe, mas está pronto para isso. E ontem, em Interlagos, recebeu uma espécie de unção dos deuses da velocidade, tornando-se o piloto a fazer sua melhor primeira temporada na Ferrari desde o começo da equipe e da F-1, há 56 anos! Não é pouca coisa, não. Além é claro de ter ganho o GP de casa na primeira oportunidade real que teve. Sem promessas, sem ridículas sambadinhas, sem desculpas, sem chororô. Massa sabe que, para os grandes pilotos, as vitórias são a regra, não são a exceção. Grandes pilotos eventualmente se emocionam bastante, mas em geral têm aquele ar blasé quando ganham, a vitória não é nenhuma novidade. Que diferença para o... ah, quer saber? Deixa esse cara pra lá. Não vamos abaixar o nível da conversa.

Sobre a corrida do Schumacher, que mais posso dizer? O cara mostrou que está se retirando no auge, com condições de ainda dar uma surra em qualquer dos moleques que aí estão, tentando conquistar seu lugar ao sol. Corrida brilhante, de recuperação e desconfio que o cara devia estar com o maior sorriso debaixo do capacete, se divertindo horrores na sua última corrida (será?). E, novamente, deu uma surra (outra!) de cabo de vassoura no Fisichella, humilhou o italiano e me deixou ainda mais animado com as possibilidades do Nelsinho numa equipe em que o primeiro piloto toma um drible como o “físico” tomou ontem. Podem escrever essa também: na hora do aperto, Fisichella não vai aguentar. Aliás, ele ficou chateado com uma comentário (infeliz, é verdade) do Nelsinho, dizendo que espera ficar com a vaga de titular quando Fisichella se aposentar, dentro de um ano ou dois. O italiano respondeu rispidamente e disse que “se ele está esperando eu me aposentar para correr na Fórmula-1, vai esperar mais umas seis temporadas”. Muita marra pra alguém que anda fazendo o que ele anda, não? Só um detalhe: Nelsinho não precisa esperar ele se aposentar. Basta ele sair da Renault. E isso pode acontecer antes do que muita gente espera. Principalmente o Fisichella...

Duas do Nelsinho. Primeira: pergunta de um repórter da Globo, Clayton Conservani, se não me engano, “Você falou com o Alonso, como ele está, está tenso?”. E ele, tranquilão, “não, não falei. O cara está a minutos de disputar o título mundial, a última coisa que ele quer é gente conversando com ele. Eu também faria o mesmo”.
Segunda: pergunta de um repórter da Playboy, “Você quer ser um ídolo do esporte como o Ayrton Senna”. E ele: “Não, como o Senna não, e sim como o meu pai!”.
Alguma dúvida de que vem um legítimo Piquet por aí?

Quanto a Alonso, nada mais a fazer agora além de comemorar. O fato de ter sido Schumacher o piloto que ele derrotou só aumenta seu mérito. Um grande piloto, sem dúvida, e um legítimo campeão do mundo. Ele que aproveite, ano que vem vai ter Massa pela frente. E de Ferrari!

Quem é doido de não gostar desse esporte?

19 de outubro de 2006

Aquele abraço!

Só para esclarecer: não foi por não ter adorado cada um deles que eu não agradeci os comentários que apareceram por aqui depois de eu ter reclamado que ninguém comentava. Foi falta de vergonha na cara mesmo... pra não dizer de educação...

Em especial, queria dizer à Sandra, de São Caetano, ao Ricardo, de Portugal, ao Jefferson e ao Julim, que é sócio-fundador e personagem de algumas histórias aqui, e a todos os que gastaram a ponta dos dedos para deixar algumas linhas registrando suas opiniões que os comentários de vocês, seja no blog, seja pessoalmente, dão a maior vontade de continuar escrevendo. É esse tipo de incentivo que faz a vida ficar mais leve. Valeu mesmo, de coração!

Quem é doido de não agradecer por ter leitores tão legais?

Sinceridade

Pra bom entendedor meia palavra basta. Ou até a falta delas. Perguntado pelo pessoal do Pânico sobre o que faria se um dia acordasse no dia de uma corrida e, olhando no espelho, descobrisse que tinha virado Rubens Barrichello, Michael Schumacher foi econômico. Levou as mãos aos olhos e fingiu estar chorando. Faz sentido...

Aliás, na foto Michael aparece com seu novo mascote, oferta do pessoal do Pânico (de novo!): a tartaruga Rubens...

Quem é doido de não se desesperar com uma possibilidade dessas? Ainda mais quando se é o Schumacher...

17 de outubro de 2006

General Cannabis


Uma velha anedota militar diz que o maior general que a Rússia já teve, que foi capaz de resistir às tropas de Napoleão e à blitzkrieg daquele pulha do bigodinho é o General Inverno. Lógico que é uma maneira um tanto simplista de se colocar as coisas, mas não deixa de ter lá sua razão, já que um dos grandes responsáveis pela derrota dos franceses e dos alemães foi o extremo frio que o rigoroso inverno russo traz, com temperaturas de até 20 graus negativos.
Pois agora, depois do “General Inverno” dos russos, os afegãos parece que encontraram um general bastante competente, que está dificultando a vida das tropas canadenses que operam no país desde a invasão pelos EUA e seus “aliados”: trata-se do "General Cannabis" que, ao contrário do general Inverno, pelo menos usa verde como cor do uniforme...
Ocorre que, no Afeganistão, onde antes a papoula (de onde se extrai o ópio) dominava as plantações, agora se descobriu que plantar maconha também dá certo e grandes plantações da erva, com pés de até 3 metros de altura, estão se espalhando pelo país e dando dor de cabeça aos militares estrangeiros. Os talibãs, que antes dominavam o país e tocavam o terror nas pessoas, agora estão confinados às montanhas e áreas mais afastadas do interior e usam as plantações como esconderijo. O general Rick Hiller, responsável pelas tropas canadenses na região, está se vendo em grandes apuros para tentar acabar com a maconha na região. Tentou queimar os pés com diesel e com granadas de fósforo, mas a grande concentração de água nas plantas torna a tarefa difícil. Além disso, segundo o general, quando eles conseguem queimar as plantas, os soldados que ficam contra o vento sofrem “efeitos indesejados”...

General, general... precisava tudo isso? Será que, procurando direito, não dava pra encontrar uns bravos e valentes soldados dispostos a contribuir com o esforço de guerra e ajudar a queimar esse bagulho todo? Se não funcionar, tente um pessoal da faculdade de Comunicação...

Já pensaram meus 13 leitores na situação? O comandante grita para as tropas “Atacar!” e o pessoal responde “Ih, qualé, ó o cara... o general tá viajando, galera! Tá muito doido, pode crer...”. Isso sem contar que o pessoal do rancho deve ter sofrido com a fome que deu na galera "contra o vento" depois. O pessoal só queria saber de bolo de chocolate, brigadeiro, doce de leite, esse tipo de coisa...

E um dos soldados ainda comentou com o general: "Senhor, três anos antes de entrar no exército eu achei que nunca diria 'Maldita maconha!'".

A notícia completa (e hilária) está aqui.

Quem é doido de lutar na guerra ao lado do General Cannabis?

13 de outubro de 2006

Sutileza


Imaginem meus 13 leitores quantos carros não devem ter parado na frente do portão desse cara para ele resolver apelar desse jeito...


Quem é doido de estacionar ali depois de um aviso desses?

O dia em que o Pateta soltou a franga


Se meus 13 leitores forem tão observadores quanto eu, perceberão que os personagens de Walt Disney são totalmente assexuados. Nada mais natural para personagens nascidos sob o puritanismo americano e dedicados primordialmente às criancinhas da terra do Tio Sam, onde qualquer coisa destinada às crianças deve ser absolutamente asséptica, sem sabor, sem cheiro e sem cor, sem nada que suscite questionamentos. Mas aí me perguntarão meus 13 leitores: mas afinal, como é que esses personagens se reproduzem? Se o pato Donald tem sobrinhos, parece óbvio que, em algum momento, sua irmã se dedicou ao que é chamado na Bahia de “ozadia”. Os resultados dessa “ozadia” toda atendem pelos nomes de Huguinho, Zezinho e Luizinho. Mas isso, obviamente, só fica subentendido.
Imaginem agora meus 13 leitores o desespero do pessoal da Disney quando souberam que havia na Internet um vídeo onde os presonagens Minnie, Mickey, Tico, Teco, um boneco de neve e o Pateta (que de pateta não tem nada, como se vê na foto que ilustra este post) se dedicam à arte da “ozadia” em uma árera reservada da Euro Disney. Ficou, no mínimo, engraçado... A Disney avisou que vai demitir, processar, pedir indenização, mandar prender e ficar de mal para sempre. Enquanto isso, o vídeo se torna sucesso e, não fosse o YouTube a mais nova aquisição do Google, ele certamente estaria lá e, por conseguinte, aqui. Enquanto o YouTube não deixa, veja o vídeo aqui.

Quem é doido de deixar o Pateta fazer “fom-fom” nos seus peitos?

11 de outubro de 2006

Ê, mundo véio sem porteira...

Jennifer Wilbanks havia se tornado notícia ao deixar o então noivo esperando na porta da igreja e simular um sequestro para não ter que encarar o “sim” diante do padre. Magoado, o ex-noivo resolveu publicar a história e acabou ganhando uns belos cobres com isso. E aí, não é que a mentirosa resolveu aparecer de novo e exigir uma parte da grana, já que a história também pertence a ela? Cuidado com os cupins na cara-de-pau...
(veja aqui)

Na Croácia, uma mulher escovava os dentes tranquilamente quando um raio acertou sua boca, que estava próxima a uma torneira. Como a mulher estava de sapatos com solas de borracha, a eletricidade não conseguiu passar por ali e acabou arranjando um, digamos, “caminho alternativo”. Resumindo, o raio saiu pelo ânus da criatura.
Informações extra-oficiais dão conta de que a família de Natasha Timarovic está faturando alto com a primeira mulher-vagalume da história. Além de estar economizando uma nota na conta de luz...
(Veja aqui)

Na Alemanha, se você se deparar com uma foto de um peitão na rua, não se acanhe. Pode não ser um anúncio da nova Playboy, mas apenas um cartaz de “Procura-se”. Um cirurgião plástico que levou um calote de uma cliente tenta, através das fotos dos seios operados, localizar a caloteira. Parece que, neste caso, o bom doutor foi levado “no bico”...
(Veja aqui)

Na Polônia, uma senhora pecuarista reclamava que “"Minhas vacas, não sei por que, são muito loucas, sempre estão dando pulos e correndo ". O remédio receitado para as vaquinhas foi acrescentar à ração um pouco de maconha, que a própria senhora cultivou. Segundo ela, as vacas ficaram calminhas, calminhas e estão na maior paz. Parece que desenvolveram um grande gosto pelo reggae e vivem com os olhos vermelhos. E depois, dizem que a vaca louca veio da Inglaterra...
(Veja aqui)

Sabe aquele hábito de chamar silicone nos seios de air bag? Pois fique sabendo que, às vezes, as piadinhas acertam. Na Bulgária, Elena Marinova, de 24 anos, foi salva de um acidente porque suas próteses funcionaram como air bags e absorveram o impacto da batida. Dizem que o namorado dela demorou duas horas para ser retirado pelos bombeiros do meio dos seios de Elena. E que saiu xingando todo mundo...
(Veja aqui)

Na China, porcos participaram de competição de saltos ornamentais em uma piscina. Diz a notícia que “Enquanto um deles mergulhava, os outros animais observaram para decidir de quem foi o melhor pulo.” Faltou dizer se os “outros animais” eram também porcos ou pertenciam a essa esquisitíssima espécie que são os humanos.
(Veja aqui)

E, para completar, um homem foi encontrado morto pendurado em uma cerca na cidade de Nova York. Trajando roupas de couro (huuummmm....), botas de cowboy (huuuuuuuuuummmmmmmmm....) e pendurado por uma coleirinha de cachorro (hhhuuuuuuuuuuuuuuuuuuummmmmmmmmmmmmm...), o sujeito ficou por mais de uma hora esticado no muro, até que alguém percebeu que ele NÃO ERA uma decoração de Halloween e chamou a polícia. O “Quem é Doido?” se antecipa à polícia de NY e desvenda o crime: a assassina é a Kelly Key. Aquela coleirinha matou a charada...
(Veja aqui)


Eu adoro sextas-feiras... mesmo quando elas caem numa quarta.

Quem é doido de não ver que esse mundo mundial é doido mesmo?

10 de outubro de 2006

FDP

Entre os familiares das vítimas do vôo 1907, a Gol descobriu um espertalhão tentando levar vantagem. O cara se identificou como parente de uma das vítimas, foi levado (de graça) para Brasília, se hospedou (por conta da Gol) no Hotel Meliá, consultou os psicólogos que prestavam assistência aos familiares e, posteriormente, foi desmascarado. Só queria viajar de graça. Nem sei o que dizer de gente assim... aliás, nem sei se o substantivo “gente” se aplica ao caso em questão...

O “Quem é Doido?” sugere que a questão seja resolvida de outra forma: uma vez que o sujeito já utilizou o vôo, já ficou hospedado e já se consultou com os psicólogos, agora, para fazer jus a tudo isso, bem que ele podia ser jogado de um avião... seria justo!

Quem é doido (e mau-caráter) de querer levar vantagem no meio de uma tragédia dessas?

6 de outubro de 2006

One, two, three, four!

Ontem curti com minha sobrinha o CD Rocket to Russia, dos Ramones. Exatamente como quando tinha apenas alguns meses de idade, Letícia, agora com pouco mais de dois anos, começou a balançar a cabeça imediatamente quando reconheceu “Surfin’ Bird”.
Como se não bastasse, adora chegar para mim e perguntar “Cadê Tereza?”, para que comecemos juntos a cantar o sucesso de Jorge Benjor.

Numa terra de chicletes, arrochas, forrós de duplo sentido e outras aberrações musicais, é importante lembrar que “é de pequenino que se torce o pepino”. Para o esgoto com a Xuxa, que venham os CDs do Vinicius para crianças! Letícia, graças a Deus, está no bom caminho. Que continue assim!

Quem é doido de não ficar feliz ao perceber que sua sobrinha tem ouvidos inteligentes?

Essa história não me cheira bem...


Às vezes é preciso ter provas para se acreditar em alguma coisa. Quando me contaram que um homem estava sendo caçado na Polônia por ter peidado para o presidente, não acreditei. Mas minha verve de São Tomé foi aplacada pela confirmação da notícia (veja aqui).
Se os meus 13 leitores estiverem se perguntando que história é essa, explico: Hubert Hoffman, de 45 anos, viajava tranquilamente de trem quando o comboio foi parado pela polícia para uma blitz. Hubert, então, começou a reclamar do presidente Lech Kaczynski e de seu irmão gêmeo, Jaroslaw, afirmando que eles seriam responsáveis pela volta do país às trevas do comunismo. Hubert, então, foi convidado pelas autoridades a demonstrar mais respeito ao presidente. E o demonstrou de maneira um tanto escatológica, largando um sonoro traque na cara dos policiais. Preso, foi solto sob fiança e nunca retornou para apresentar-se ao tribunal. O pedido de seus advogados para o arquivamento do processo foi indeferido, sob a alegação de que "tal caso de desrespeito é considerado muito sério".
O mais incrível é que a polícia polonesa, agora, empreende uma verdadeira caçada ao "homem que peidou para o presidente”.

Dadas as circunstâncias, cabe perguntar: não seria o caso de se usar cães farejadores? Algo me diz que, pela natureza do delito, seria a forma mais prática de encontrarem o sujeito. Também poderia funcionar uma verificação das mãos das pessoas, à procura de uma mão amarela.

Mas o que surpreende mesmo é a eficiência da polícia polonesa. Para prender o cara foi pá-pum (perdoem-me, foi horrível, eu sei)...

Quem é doido de prender um homem por causa de um pum?

Rato de biblioteca


Depois dizem que brasileiro não sabe dar valor a livros e à arte. Em São Paulo, um ex-estagiário, ex-telionatário e ex-croque (desculpem o trocadilho, às vezes é difícil controlar...) aproveitava a proximidade com livros e manuscritos raros que o estágio na Biblioteca Mário de Andrade lhe proporcionava e furtava peças importantes do acervo da instituição, para vender. “No mercado negro?”, perguntarão meus desconfiados 13 leitores. E eu responderei: não, numa casa de leilões conceituada, a Babel Livros Casa de Leilão. A casa do malandro começou a cair quando um comprador de uma das obras procurou a direção da biblioteca suspeitando que seu recém-adquirido exemplar da segunda edição de O Guarany, de 1863, pudesse fazer parte do acervo de lá. Através de indícios simples, a direção comprovou sem sombra de dúvida que tratava-se, sim, de uma de suas obras. O que me faz perguntar o seguinte: se um colecionador percebeu que a obra poderia ser roubada, será que a casa de leilões, supostamente especialista no assunto, não percebeu nada? As páginas onde figurava o carimbo do museu estavama raspadas e adulteradas, mas a casa de leilões em nenhum momento suspeitou de nada. A dona da Babel Livros Casa de Leilão disse que não pode divulgar os nomes dos compradores das obras devido ao sigilo. Quanta ética...
Cúmplice do ex-estagiário, o restaurador da biblioteca ajudava a adulterar as marcas de identificação e escondia na casa de seu cunhado obras como uma carta manuscrita por Dona Maria I, a Louca, em 1791.

Agora, eles poderão exercitar essa sua paixão por cartas escrevendo para a família da cadeia. Não que vá valer grande coisa...

Quem é doido de não se importar com o patrimônio cultural do Brasil?

3 de outubro de 2006

Num dia de domingo

Como foi um domingão obviamente cheio de fortes emoções, vamos pela ordem:

Que negócio muito doido esse acidente com o Boeing da Gol e o Legacy da Embraer, hein? Muita água já passou por debaixo dessa ponte no fim de semana e muita ainda vai passar. Menino fissurado em aviação que fui, filho de um outro aficcionado, falava sobre o assunto com meu pai na manhã seguinte ao acidente e dizíamos que, dadas as circunstâncias, parecia praticamente impossível que alguém não tivesse feito besteira. Quando um avião vem na direção norte-sul a 10.000 metros de altura e um outro viaja na direção sul-norte na mesma altitude e mesma rota, alguém aí fez o que não devia. Ou alguém no controle aéreo errou ao deixar os dois na mesma rota e altura ou um dos dois pilotos (ou ambos) desobedeu as instruções do controle. Não há outra hipótese. Começo a ficar muito preocupado com as notícias de que os americanos que estavam no Legacy teriam desligado a aparelhagem que detecta outros aviões para poder voar mais alto e economizar combustível. Se for verdade, o piloto e o co-piloto serão responsáveis pelo acidente e por todas as 155 vítimas que dele resultaram. O piloto, pela ação e o co-piloto, pela omissão (sua obrigação, neste caso, seria assumir o controle do avião, seguir as orientações dadas e reportar o fato às autoridades). Sendo verdade, cadeia até o fim da vida ainda seria pouco para uma tamanha irresponsabilidade. Mas eu ainda acredito na seriedade e no bom treinamento dos pilotos em geral. Se bem que “cowboys” serão sempre “cowboys”...


Na corrida da madrugada, negócio da China para Schumacher. A vitória foi linda, na garra, ganhou quem teve mais bala na agulha e é inegavelmente um prazer ver um piloto como o Schummi brigando com a molecada como se fosse um garoto. Apesar dos pesares, vai ser chata a F-1 sem o tedesco...
Barrichello, peça para ir ao banheiro e suma! Até porque o banheiro é o lugar certo para fazer o que você anda fazendo. A última volta da corrida foi algo que, fosse o Barrica japonês, o levaria a perder a superlicença para dirigir na Fórmula-1. Vinha levando ligeira vantagem sobre o companheiro de equipe, bastava não cometer nenhum erro. Mas isso é pedir muito para o Rei das Desculpas, né não? Se atrapalhou, deixou o Button passar, ficou nervoso com a merda que fez e aí começou a fazer mais ainda. Ficou encaixotado, não soube pra onde ir e acabou batendo no Heidfeld, que nada tinha a ver com o fato do Barrica ser um idiota. Ainda conseguiu chegar em sexto, mas alguém acha que ele mereceu?
Repito: já foi, já deu, se aposenta, Burrinho!


Finalmente, eleições. No sábado, quando fui dormir, Lula e Paulo Souto seriam eleitos no primeiro turno. No domingo, à mesma hora, Jaques Wagner era o novo governador da Bahia e Lula se preparava para o segundo turno. Será que eu dormi demais e perdi alguma coisa? Perdi nada. Quem perdeu mesmo foi um certo político nordestino que, para não ser identificado, tratarei apenas pelas iniciais ACM (meus 13 leitores sabem que eu sou muito discreto e não gosto de tripudiar...). Foram 16 anos de mandos e desmandos e muita gente mamou até quando pôde nas tetas de uma Bahia que fez a alegria deles durante todo esse tempo. Muitas fortunas foram feitas (inclusive para alguns deputados) e muita gente estava no esquema, que funciona nos moldes criados na Sicília pela máfia: quem quiser fazer alguma coisa na minha área, pode fazer, é só pagar a parte do “capo”. E assim, “capo” e subordinados ficaram felizes durante 16 anos. Agora, é começar de novo. Vamos ver. Começa a se ouvir um clamor pela volta do verdadeiro nome do Aeroporto de Salvador: Aeroporto Internacional Dois de Julho. Há promessas de apresentação de projeto de lei propondo a volta do nome. Desde já, têm meu apoio.

Ventos de mudança. Podem se transformar em ventos de tempestade? Podem, claro que podem. Mas deixem eu curtir esse ventinho por enquanto, que tá bom demais!


Quem é doido de não achar bom o fim de uma ditadura?