31 de julho de 2007

Errata

Paulo Nikolaus Lauda protesta pelo post anterior por eu tê-lo comparado a Piquet. Segundo ele, Piquet somou 29 pontos apenas, enquanto ele somou 130! Pena que não é campeonato, senão ele ganhava do Nelsão...

Dá-lhe, Nikolaus!

Quem é doido de andar de carro com o Paulo?

Nas suas férias, conheça um Keystone!


Perguntado sobre onde gostaria de passar suas férias, o diretor de arte não hesitou:

- Num Keystone!

E se você, um de meus 13 leitores, não domina fluentemente o jargão da propaganda, explico: Keystones são os livros de referências fotográficas, onde os publicitários encontram aquelas fotos de famílias de comercial de margarina, lugares lindos, gente sorrindo. Todos ficaram surpresos. Mas como, num Keystone?

- Num Keystone, ué! Que outro lugar do mundo é assim: só tem gente bonita, os lugares são paradisíacos, os médicos têm os melhores equipamentos, todo mundo é sorridente, não tem pobre, não tem ladrão... o Keystone é o paraíso!

Infelizmente, viagens para Keystones não faziam parte de nenhum pacote turístico consultado pelo sujeito. Fica a sugestão para as agências de viagem.

Quem é doido de passar as férias num Keystone?

Finalmente!!!


Não sei se sabem meus 13 leitores, mas o tricampeão mundial de Fórmula-1 Nélson Piquet está tendo aulas de reciclagem no DETRAN de Brasília. Depois de ter perdido a carteira de motorista por excesso de pontos perdidos, Nélson terá que fazer o curso para poder voltar a dirigir. Obviamente, não se trata de aprender a conduzir um carro, assunto no qual o professor não poderia ser outro senão o próprio. Trata-se apenas de aprender umas coisinhas básicas sobre legislação e, quiçá, a correta interpretação de algumas placas, notadamente as de estacionamento proibido e as que informam sobre a velocidade máxima permitida.
Não pude deixar de pensar no meu amigo-de-fé-irmão-camarada Paulo Nikolaus Lauda, cujo ídolo sempre foi o Piquet. Pois não é que, finalmente, ele pode se gabar de estar dirigindo igual ao cara? Dá-lhe, Nikolaus!!!


Quem é doido de não aproveitar a oportunidade para sacanear o Paulo?

30 de julho de 2007

Ela merece!!!



Rufem os tambores, espoquem os champanhas, faça-se a alegria!
A pequena Letícia (fazendo cada vez menos jus a ser chamada de “a pequena”) faz aniversário.
E este tio completa seu terceiro ano na função.
À Letícia, além dos parabéns, um muito obrigado: mais do que me transformar em tio, ela transforma meu mundo em felicidade!

Juiz doidão!


Ê, mundo véio sem porteira... nos EUA (onde mais?), um juiz condenou um homem, acusado de abordar prostitutas na rua (o que é ilegal por lá; donde se imagina onde será que é legal abordá-las, será que é em casa?), a se vestir de galinha e sair pela rua pedindo aos passantes que não freqüentassem o “Galinheiro”, apelido de um famoso bordel da região. Isso mesmo, o cara foi condenado a se fantasiar de galinha e a difamar um puteiro!

O juiz, Michael Cicconetti, tem fama de arbitrar penas estranhas aos que julga: uma mulher que havia abandonado seus gatinhos (pequenos felinos, entenda-se...) foi condenada por ele a passar uma noite inteira no meio do mato, no escuro, sozinha, pra aprender como isso é bom. Um homem que havia chamado um policial de porco foi condenado a ficar o dia todo em uma esquina, ao lado de um porco de verdade, com um cartza onde se lia “Este NÃO é um policial!”. Criativo, muito criativo.

Eu ia até falar alguma coisa sobre esse juiz, dizer que isso é coisa de americano, mas aí me lembrei do juiz Lalu (que, aliás, deve voltar para uma cela, até quando ninguém sabe), do Rocha Mattos e dos desembargadores que ganham salários maiores do que a lei permite. Melhor não falar nada... Por mais estranho que seja, pelo menos esse faz o trabalho dele... Lembra até um velho ditado jurídico: "de bunda de nenê e cabeça de juiz, nunca se sabe o que vai sair".

Quem é doido de não imaginar o que um juiz desses ia aprontar no Brasil?

27 de julho de 2007

O incansável


A viagem para Mangue Seco foi turbulenta. A Linha Verde, orgulho do ecoturismo, ainda estava sendo concluída (descobrimos isso a duras penas, na volta, sendo obrigados a contornar longas distâncias por causa de pontes que ainda não haviam sido construídas. Somos pioneiros da Linha Verde, atravessamos ela toda antes de ser concluída!) e o caminho natural era através da BR. Estrada congestionada, a já citada chuva e a pressa de chegar logo a Esplanada e pegar o último barquinho para Mangue Seco tornaram a viagem tensa, cansativa. Perdemos, afinal, o último barquinho e, ao chegar a Esplanada, descobrimos que teríamos que pernoitar lá. Um certo anticlímax, já que a intenção era dormir já no destino final, Mangue Seco. Mas, se a vida nos dava limões, pensávamos em como fazer mais gostosa a nossa limonada e acertamos com uma Dona Maria o aluguel de uma casa para passar aquela noite. Mas se a noite na casa da Dona Maria chateava três de nós, ao inabalável Renatinho não dizia nada. Mesmo humor, mesma disposição, mesma “pilha” de sempre. Nem bem largamos no chão as sacolas, já estava o Renatinho a propor coisas e mais coisas para fazermos, sem deixar ninguém protestar que estava com sono, fome ou qualquer outra coisa. Quando já dormiam as meninas e eu quase fazia o mesmo na rede da varanda, eis que chega o incansável com um berimbau na mão e cara de mãe que manda os filhos estudarem no sábado:

- Marcelo, o batizado da capoeira é no próximo mês! Já aprendeu os toques? Já aprendeu as músicas? Já sabe o que vai cantar no dia?

E, sem esperar resposta, já foi empurrando o berimbau em minhas mãos e começando uma das ladainhas que cantávamos nas rodas de sexta. A esta seguiram-se outras, muitas outras e, quando percebemos, já eram quase duas horas da manhã. Lembrando que tal agitação noturna com palmas e toques de berimbau não devia ser normal em Esplanada, recolhemos o material e fomos dormir, para pegar o barquinho e atravessar para Mangue Seco de manhã.
No dia seguinte, tudo correu bem. O café foi agradável, a travessia, tranqüila; achamos logo uma pousada, nos instalamos e, às 10 horas da manhã, já estávamos na praia. Lá pela hora do almoço, sentávamos em uma barraquinha para cervejas e um dolce far niente quando vimos uma figura familiar se aproximando: era o Gil, um conhecido nosso, que por lá estava. Chamamos o Gil para a nossa mesa e ele, com seu bom-humor habitual se achega e começa a conversar.: “e aí?”, “tudo bem?”, “chegou faz tempo?” e essas perguntas que a gente faz quando encontra alguém por acaso. E o Gil:

- Putz, cheguei ontem, mas perdi o barquinho.

- Nós também!

- Aluguei uma casa para passar a noite. Com uma tal Dona Maria.

- Nós também!

- Mas duvido que a casa de vocês fosse que nem a nossa! Vocês não vão acreditar: lá pelas onze horas, uns filhas-da-puta na casa ao lado começaram a cantar umas músicas de capoeira, um negócio horrível, com um berimbau desafinado e batendo palmas! Um inferno, uma tortura! Só pararam lá pelas duas da manhã!

Coitado do Gil. Demorou um bom tempo (em que ele não entendeu nada, diga-se) até a gente conseguir parar de rir e explicar pra ele a identidade dos vizinhos cantores...

Quem é doido de alugar uma casa bem do lado do incansável Renatinho?

26 de julho de 2007

Sem comentários

Maldade


Agora é oficial: a queda do vôo da TAM foi causada por falha humana. Culpa de 60 milhões de pessoas que não sabem votar...

24 de julho de 2007

Apagão


Calma, calma, meus 13 leitores: não se trata de aeroporto ou de usina hidrelétrica. Trata-se apenas da chama da pira pan-americana que, ao que tudo indica, apagou. É, é isso mesmo: apagou. Veja a foto! O comitê (des)organizador disse que ela estava ligada, sim, só que estava no mínimo. Sei...Chama com controle de altura... Já deviam estar imaginando o churrasquinho de depois quando pensaram nisso. Podiam ter criado a primeira chama Pan-americana de seis bocas da história, com forno auto-limpante e acendimento automático, o que pouparia aquele cansativo revezamento para conduzir a tal da tocha. Depois do Pan, poderia até ser vendida a uma cozinha industrial.
Vamos fazer o seguinte: a gente arruma as malas, vai indo nessa e o último a sair apaga a luz, porque depois de querer organizar um Pan e não ter competência nem pra manter acesa a pira, símbolo máximo do evento, só resta buscar as célebres palavras do Bruno Amado, ex-colega dos tempos de colégio: “Fudeu Maria Preá!”. Vamos decretar falência e nos mandar...

Quem é doido de não conseguir nem manter acesa a chama do Pan?

23 de julho de 2007

Ah, vai cagar!

Na minha janelinha para o mundo, a máquina de fazer doido, tenho visto cada vez mais comerciais que prometem fazer você ir ao banheiro, fazer seu intestino funcionar, etc. O que são meros eufemismos para dizer que você vai, no bom português, cagar! Ora, dirão meus 13 leitores, cagar? Sim, isso mesmo, atualmente há uma leva de produtos que vão de comprimidos a iogurtes prometendo fazer com que você desempenhe com desenvoltura as suas funções fisiológicas (pensei em ser fino, mas não resisto a comentar que esse é um excelente eufemismo para... cagar... adeus, finesse!). Aí, novamente dirão meus 13 leitores: mas isso não é o normal? Sei lá, também pensei que era, mas vejo que devo estar enganado. Pelo visto, defecar, cagar, soltar um barro, passar um fax, fazer um download, arriar, adubar a terra, fazer cocô ou como quer que você chame, é a exceção, não a regra. Para poder ir ao banheiro, as pessoas já lançam mão de produtos industrializados e, daqui a pouco, acabaremos por ter testes antidoping para saber se o “desempenho” da pessoa é natural ou estimulado por substâncias proibidas. Mas acho que isso é necessário. É preciso que o brasileiro volte a poder cagar normalmente. Todos, sem exceção. E, uma vez que estejamos todos novamente cagando bem e normalmente, poderemos então escrever ao nosso presidente e pedir a ele que pare de fazer isso por todos e comece a governar o país. Que parem as cagadas em cima de cagadas que ele vem fazendo e comece a resolver os problemas do País. Porque para fazer cagadas não é preciso mais que um iogurte ou comprimido. Para ser Presidente do Brasil, sim!

Mais um post da séria série que eu não ouso ilustrar...

Quem é doido de não achar que este (des)governo está demais?

Mão santa, boca suja


O colunista de Veja André Petry fala, na sua coluna desta semana, de Oscar Schmidt, grande jogador de basquete, o nosso “mão santa” que tantas alegrias deu ao esporte brasileiro. Em suma, horroriza-se com o fato de Oscar, como torcedor neste Pan, não possuir as mesmas qualidades de esportista que o fizeram famoso em Pans de outrora, torcendo para o insucesso dos adversários quase tanto quanto pelo sucesso verde-amarelo, como, por exemplo, gritando às ginastas chilenas “Vai cair, Chile!”.
Apesar de também concordar que a atitude é anti-desportiva, indigna até, não vejo tantos motivos para se assustar com isso desde que vi uma entrevista do Oscar dizendo que faz questão de viajar para o exterior todo ano e de ir sempre para a Disney, já devia ter ido umas vinte vezes recentemente. Fala sério, André, como é que você espera atitude diferente de um cara que só viaja para a Disney? Era de se esperar que ele aprendesse alguma coisa com o Pateta durante essas visitas...

Quem é doido de viajar vinte vezes para o exterior, todas para a Disney?

Entrega expressa


Cobrando de meu compadre Paulo Nikolaus Lauda o envio de um regalo há muito prometido, um boné da Bridgestone (que poderia fazer um depósito em minha conta em troca deste merchandising espontâneo...), recebo do dito-cujo a seguinte resposta:

"Não se preocupe, já enviei pela TAM Express".

Confesso que fiquei sem saber se é verdade ou se era uma maneira sutil de me dizer que não receberei mais o mimo...

Vamos esperar pra saber.

Quem é doido de não se preocupar com sua encomenda na TAM Express?

19 de julho de 2007

Velhinha

Cumprindo meu dever de contador de histórias para minha adorável sobrinha, Letícia, deixei que ela escolhesse as histórias que queria ouvir. Como de hábito, ela fez questão de pegar TODOS os livros e trazer. Quando finalmente chegou com a última leva deles, fez cara de cansada e me disse, com a mão na cintura:

- Tô ficando velha...

Sem dúvida, deve ter sentido o peso de seus dois, quase três anos. Não é fácil, não!


Quem é doido de não se divertir com essa menina?

Satisfação garantida

Vocês se lembram, meus 13 leitores, de quando eu avisei que era pra ter cuidado quando quisesse ser engraçadinho, pois podia ter outro engraçadinho do lado de lá (veja o post "Engraçadinho", de 20 de abril de 2007)? Pois é, hoje, durante visita ao prédio onde funciona uma loja/escritório da TAM em Salvador, dividi o elevador com uma de suas funcionárias. Um outro cara que estava no elevador perguntou a ela:

- E aí, está tendo mais cancelamentos ou mais mudanças de Congonhas para Guarulhos?

Olhando para o cara de cima até embaixo, a mulher faz cara de superior e larga essa:

- Nenhum dos dois, nossos passageiros continuam extremamente satisfeitos!

Não resisti e meti minha colher na conversa:

- Pelo menos os que chegam vivos ao destino, né?

Dessa vez, ela não respondeu nada... não contava com este blogueiro-engraçadinho!


Quem é doido de falar em “passageiros satisfeitos” depois de perder mais de 180 deles num acidente?

Pan-demônio


Agora sim, esse Pan começa a ter cara de Brasil! Mais de 10 funcionários da Vila Pan-Americana – pessoal da limpeza e camareiras - foram demitidos por furtos nos alojamentos dos atletas. Tênis, celulares, roupas e uniformes de competição, além de grana, é claro, foram os souvenirs preferidos pelo pessoal. Segundo a notícia, até uma torre de computador tentaram levar. Mexicanos, cubanos e os sempre vacilões americanos foram as vítimas preferenciais (quando começam a roubar cubano é porque a coisa tá feia...), embora um jamaicano e um cara de Trinidad e Tobago (como é que se chama o habitante de Trinidad e Tobago, qual é o gentílico? Trinidadense? Trinidad-tobaguense? Pois pasmem, meus 13 leitores, ele chama-se trinitino, disse-me o oráculo Google após pesquisa em que não foi fácil achar a resposta) também tenham levado um “perdeu” da galera do Pan.
Aqui pra nós, queriam o quê, marcando um evento desses logo no Rio?

Quem é doido de ainda se assustar com roubos e furtos no Rio?

18 de julho de 2007

O dia em que o Dr. Olavo desistiu de voar


Corriam os anos... os anos.. ah, sei lá, só sei que faz tempo, os aviões no Brasil ainda eram a hélice e viagens de avião ainda estavam longe, muito longe de poderem ser consideradas coisas corriqueiras. Devia ser 1940, 1950, por aí. No aeroporto da Pampulha, um jovem jornalista preparava-se para sua primeira viagem nessas grandes máquinas voadoras, com destino ao Rio de Janeiro. Pouco a pouco, a fila para embarcar no avião ia diminuindo e ele ia vendo a porta da aeronave ficar maior à medida em que ia chegando a sua vez. Uma grande angústia começava a fazer com que ele ficasse nervoso. Finalmente, quando se viu frente a frente com a comissária, naquela época ainda chamada de aeromoça, tomou uma decisão radical:

- Tó, pode ficar com esse tal cartão de embarque que eu não vou entrar nesse troço, não!

E, de fato, não embarcou. Em casa, ouviu a notícia de que o avião onde deveria estar caiu e matou todos os seus ocupantes. Tomou um medo de avião que só foi superado muitos anos depois, já na época dos Boeings, antes do apagão aéreo, com a mui nobre finalidade de conhecer Paris (para Henrique IV, Paris valia uma missa; para ele, valeu um vôo de avião...). E morreu velhinho, mais de meio século depois disso, com os dois pés bem firmes no chão. Era meu avô. Graças a este pressentimento que ele teve, hoje este blogueiro tem mãe, filha do então jovem jornalista, e pode escrever para seus 13 leitores. Lendo as histórias de alguns passageiros que escaparam de voar no fatídico avião da TAM que este insensível confesso transformou em piada no post anterior, lembrei-me que também eu devo a uma dessas coincidências o fato de estar aqui, vivo. Bendito pressentimento o seu, Vovô! Quem dera ontem todos tivessem tido um pressentimento que pudesse salvar suas vidas...

Quem é doido de não ter uma saudade danada do "doutor" Olavo, que escapou de um desastre de avião para se tornar um grande avô, grande pai e grande homem?

Pan X TAM

Se o Rio estava roubando as atenções com o Pan... São Paulo responde com o TAM.

Impressionante o que essa cidade não faz para não ser passada para trás pelo Rio...


Pronto, podem me xingar de insensível! Mas o trocadilho foi inevitável... E, entre Pan e TAM, a gente vai esquecendo (embora eu espere que não!) o Renan...

16 de julho de 2007

Informação


Grande fã do Papa João XXIII quando vivo, o sujeito não quis perder a chance de conhecer o local onde estava sepultado aquele pontífice durante sua visita ao Vaticano. Foi logo saber onde era o túmulo:

- Signore, dove é Giovanni XXIII (senhor, onde está João XXIII)?

O funcionário (italiano, claro) não titubeou:

- Giovanni XXIII? É morto, signore!

Pergunta idiota, resposta imbecil...

Quem é doido de fazer uma pergunta dessas logo a um italiano?

5 de julho de 2007

O cão e o peão


Quando chegou para um trabalho de pintura na casa de César, o pintor olhou para aquele cachorro e teve medo. Aliás, se o superlativo canzarrão fosse ilustrado no dicionário, aquele enorme fila brasileiro poderia certamente estar retratado ao lado do significado. Meio sem jeito, perguntou se o cachorro era manso. Ora, se era! O mais manso cão do mundo, brincasse com ele, passasse a mão para ver se o cachorro fazia alguma coisa. Morrendo de medo, passou. O cachorro abanava o rabo e revelava aquela atitude tão típica dos cães preguiçosos, que se deitam e deixam acariciar por quem quer que seja. Passou até a gostar do cachorro. Impressionado, perguntava como podia tamanho cão ser tão manso. Ensinado, diziam. Treinado para ser manso com todos, menos com o engraçadinho que se atrevesse a pular o muro da casa. E, quanto mais avançava a pintura da casa, mais o cachorro e o pintor se davam bem. Até que a pintura da casa chegou ao muro. Fazendo a maior festa no cachoro, o pintor sobe na sua escadinha e pinta a parte superior do muro, sob os olhares preguiçosos do amigo canino. Quando ia começar a descer a escada para pintar a parte de baixo, percebeu uma mudança de atitude no até então amigável cão. Ele rosnava e mostrava os dentes, em atitude que não deveria ser menosprezada. Lembrou-se então que o cachorro era treinado para não deixar ninguém descer do muro... e lá passou a tarde, entre tentativas de negociação com o cachorro (sem sucesso, exceto atiçar ainda mais o animal) e todo tipo de impropério contra aquele cahorro que, na verdade, era um grande burro que não percebia a diferença entre ladrão e pintor e que era amigo até pouco tempo. A longa tarde acabou com a chegada do César, que acalmou o cachorro com dois gritos e o pintor com bem mais do que dois copos de sua pinga de alambique.

Quem é doido de tentar descer do muro com o cachorro do César por perto?