23 de fevereiro de 2006

Julim 2



No mesmo Carnaval, no fim de outro dia, já escurecendo, surge o Julim e conclama:
- Aí, galera, vamos dar uma animada. Trouxe um negócio legal.
E aí, puxando de dentro de seu bat-cinto de utilidades, a sunga, ele saca um suspeitíssimo papel de jornal e desembrulha uns misteriosos comprimidos de lá de dentro:
- Isso é ginseng coreano, é legal para repor as energias!
E já foi tomando logo uns quatro comprimidos. Eu e um outro amigo que estava conosco aceitamos também uns dois ou três comprimidinhos de ginseng. Quando nos demos conta, tinha a maior galera observando nossos movimentos. Com a simpatia que lhe é peculiar, o Julim estica o suspeito papel de jornal com as mais suspeitas ainda pílulas nele e oferece para um casal que estava observando:
- Você aceitam um ginseng?
O sujeito, mais do que rápido, tomou a frente da mulher e, com cara de ofendido, respondeu:
- A gente não usa essas coisas, não! Tá pensando o quê?

Só o Julim, mesmo!

Quem (além do Julim) é doido de levar um embrulho tão suspeito para a avenida?


E, com essa derradeira história de Carnaval, peço licença a meus 11 leitores para merecido descanso e para só retornar depois de ficar cansado de não fazer nada nesse período.
Bom Carnaval!

Julim 1


Pleno Carnaval, o bloco virando o Campo Grande e entrando na Avenida Sete, o Julim aparece comendo uma banana na maior tranquilidade, como se fosse a coisa mais normal do mundo estar comendo banana no meio do Carnaval. Pergunto:
- Ô, Julim, de onde você tirou essa banana?
- Daqui, ó – disse ele, colocando suspeitamente a mão dentro da sunga e puxando outra banana (no bom sentido, claro!) de lá. – Você quer uma?
- Ô, véi, você estava com essa banana aí dentro da sunga esse tempo todo?
- Foi, trouxe de casa – e, cochichando no meu ouvido, completou – As gatas se amarram. Dançar juntinho é o bicho!

Quem (além do Julim) é doido de sair com uma banana dentro da sunga no Carnaval?

Cara-de-pau


Recém-chegado à Bahia, ainda desacostumado com o novo ritmo de sua vida, o sujeito pára em uma banquinha dessas que vendem de tudo (na Bahia, além das revistas e jornais, as tais bancas vendem frutas, verduras, balas, chocolates, chicletes, cigarros, produtos de limpeza e o que mais se puder imaginar). Verão, calor batendo, ele pede uma Coca-cola para refrescar. Quando recebe a garrafa, percebe aquelas partículas pretas no fundo da garrafa, sinal de que a Coca-cola já estava velha. Ele chama a dona da barraca e pede a substituição da garrafa. Ela vem, apanha a garrafa, olha longamente com cara de cientista, observa contra a luz e, devolvendo-a, dá seu veredito com a maior cara-de-pau:
- Pode beber sem medo, freguês! Isso aí é pedacinho da fruta.

Quem é doido de achar que Coca-cola tem pedacinho de fruta dentro?

22 de fevereiro de 2006

Deram o calote no Animal!


Notícia publicada n’O Globo dá conta de que o animal Edmundo, El Matador, vai cobrar na Justiça uma dívida do técnico Vanderlei Luxemburgo, o Vandeca. Segundo o Animal, ele teria emprestado a bagatela de R$400.000 (isso, quatrocentos mil reais!) para o Vandeca em 1999. Em contrapartida, Vandeca teria entregado dois cheques pré-datados de R$200.000 cada ao Animal que, quando tentou descontar o primeiro, recebeu a informação de que este não tinha fundos. Não há informações sobre o segundo cheque.
Na Justiça, Edmundo tenta receber de Vandeca pouco mais de 1 milhão de reais, que seria a dívida mais juros e correção monetária.
Agora, aqui pra nós, me responda com sinceridade: você emprestaria R$400.000 ao Luxemburgo? E, no caso de você estar lendo este texto em um hospício e a resposta for positiva, aceitaria como pagamento dois cheques do Vandeca? E, se aceitasse e o cheque não tivesse fundos, esperaria 7 anos para cobrar a dívida?
Só acredito porque o protagonista da história é o Edmundo. Quem é capaz de acreditar que a Cristina Mortagua é uma moça bacana, gente boa e cheia de boas intenções também é capaz de acreditar que o Luxemburgo é o tipo de pessoa para a qual se pode emprestar dinheiro. Aliás, se alguém aí tiver a chance de falar com o Animal, avise a ele, por favor, que eu estou vendendo um terreno na lua, com vista para o mar (da Tranqüilidade). Sei lá, ele acredita em qualquer coisa, vai que ele se interessa...

Quem é doido de emprestar dinheiro para o Vandeca?

Welcome to Bahia, meu rei!

Chegaram com a cara espantada de quem ainda não está compreendendo nada. Um a um, foram descendo do ônibus. Policiais faziam um cordão de isolamento enquanto eles iam ajeitando da melhor maneira possível as malas e sacolas que haviam trazido. Quando o último desceu, um oficial da polícia explicou que eles ainda iriam andar um pouco, que se mantivessem juntos e tomassem cuidado com seus pertences.
A cena poderia muito bem ser a chegada de um novo grupo de prisioneiros a uma penitenciária, mas não é nada disso. O fato se deu na Avenida Ademar de Barros, em Ondina, Salvador, em pleno Carnaval. Quem chegava era um grupo de turistas estrangeiros, desembarcando em Salvador bem no meio do Carnaval, trio elétrico passando e o escambau. O caminho até o hotel deles devia ter uns 200, 300 metros, no máximo. Mas a cara desses gringos quando desceram do ônibus e se viram no meio daquele bundalelê todo foi qualquer coisa que Fellini teria adorado. Cada um arrumando as malas, mochilas e sacolas dentro do cordão de isolamento improvisado pela PM, a única coisa que os separava de toda a multidão que estava na rua para curtir a festa. Depois, cada um carregando suas malas, seguindo em fila, o olhar de pânico estampado nos rostos. Parecia que se perguntavam o que seria deles se por acaso o isolamento tivesse qualquer problema. E só Deus sabe o que é que seria. Seguiram todos pela orla, no sentido contrário ao dos trios e sumiram de vista. Já pensou o que deve ter se passado na cabeça de um gringo, chegando na cidade em pleno Carnaval, no meio do tumulto?

Quem é doido de chegar na cidade numa hora dessas?

20 de fevereiro de 2006

O distraído


O cara era o chefinho. Não era chefe, mas era filho de um dos donos da empresa. Embora ninguém soubesse direito o que é que o energúmeno fazia na empresa, lá estava ele. Carrinho importado, roupas de griffe, celular último tipo e um monte de pastas de candidatas a estagiária embaixo do braço. A seleção era feita pelas fotos, é claro. Uma gracinha de pessoa...
Um belo dia, de passagem pelos corredores, é abordado pelo sócio do pai, apressado:
- Ô, Fulaninho, me faça um favor. Vendi meu celular velho para o Sicrano e fiquei de entregar as baterias para ele. Me faça esse favor, eu estou de saída, entregue a ele essas duas baterias aqui, de tarja azul.
E, entregues as baterias, saiu correndo. No dia seguinte, ao voltar ao trabalho, encontra o Sicrano procurando por ele. Muito sem-graça, ele explicava que devia ter havido algum engano, pois haviam combinado baterias de tarja azul e não as baterias de tarja verde, menos eficientes, que havia recebido do Fulaninho. Pasmo, o dono da empresa diz que não sabe o que aconteceu, que vai investigar. Nem precisou chamar o Sherlock Holmes. As baterias foram facilmente achadas no telefone de Fulaninho. Que insistia ter sido um engano.
Não deixa de ser. Enganou-se a mãe dele quando achou que era gente o que ela levava na barriga...

Quem é doido de trabalhar pra gente assim?

17 de fevereiro de 2006

E se no Brasil tivesse terrorista?

Essa veio pela internet. Achei sensacional e resolvi botar aqui. Se alguém souber de quem é, darei os devidos créditos e os merecidos parabéns!

Documentos mantidos em sigilo pela Polícia Federal do Brasil revelam que a Al-Qaeda, de Osama Bin Laden, ordenou a execução de um atentado no Brasil. O alvo da ação seria a estátua do Cristo Redentor, um dos símbolos mais conhecidos do Rio de Janeiro. Bin Laden destacou dois mujahadins para o seqüestro de um avião que seria lançado contra a "estátua-símbolo dos infiéis cristãos".
Hora a hora, a frustração...Os registros da Polícia Federal dão conta de que os dois terroristas chegaram ao Rio no domingo, 5 de setembro, às 21h47, num vôo da Air France. A missão começou a sofrer embaraços já no desembarque, quando a bagagem dos muçulmanos foi extraviada, seguindo num vôo para o Paraguai. Após quase seis horas de peregrinação por diversos guichês e dificuldade de comunicação em virtude do inglês ruim, os dois saem do aeroporto, aconselhados por funcionários da Infraero a voltar no dia seguinte, com intérprete.Os dois terroristas apanharam um táxi pirata na saída do aeroporto, sendo que o motorista percebeu que eram estrangeiros e rodou duas horas, dando voltas pela cidade, até abandoná-los em lugar ermo da Baixada Fluminense. No trajeto, ele parou o carro e três cúmplices os assaltaram e espancaram. Eles conseguiram ficar com alguns dólares que tinham escondido em cintos próprios para transportar dinheiro e pegaram carona num caminhão que entregava gás.
Na segunda-feira, às 7h33, graças ao treinamento de guerrilha no Afeganistão, os dois terroristas conseguem chegar a um hotel de Copacabana. Alugando um carro, voltam ao aeroporto, determinados a seqüestrar logo um avião e jogá-lo bem no meio do Cristo Redentor.Enfrentam um congestionamento monstro por causa de uma manifestação de estudantes e professores em greve e ficam três horas parados na Avenida Brasil, altura de Manguinhos, onde seus relógios são roubados em um arrastão.Às 12h30, resolvem ir para o Centro da cidade e procuram uma casa de câmbio para trocar o pouco que sobrou de dólares. Recebem notas de R$ 100 falsas, dessas que são feitas grosseiramente a partir de notas de R$ 1. Por fim, às 15h45 chegam ao Tom Jobim para seqüestrar um avião. Os pilotos da VARIG estão em greve por mais salário e menos trabalho. Os controladores de vôo também pararam (querem equiparação com os pilotos). O único avião na pista é da Transbrasil, mas está sem combustível. Foi fretado pela Soletur.Aeroviários e passageiros estão acantonados no saguão do aeroporto, tocando pagode e gritando slogans contra o governo. O Batalhão de Choque da PM chega batendo em todos, inclusive nos terroristas. Os árabes são conduzidos à delegacia da Polícia Federal no Aeroporto, acusados de tráfico de drogas, em face de flagrante forjado pelos policiais, que "plantaram" papelotes de cocaína nos bolsos dos dois. Às 18h00, aproveitando o resgate de presos feito por um esquadrão de bandidos do Comando Vermelho, eles conseguem fugir da delegacia em meio à confusão e ao tiroteio. Às 19h05, os muçulmanos, ainda ensangüentados, se dirigem ao balcão da VASP para comprar as passagens. Mas o funcionário que lhes vende os bilhetes omite a informação de que os vôos da companhia estão suspensos por tempo indeterminado. Assim como as aeronaves.Às 23h30, sujos, doloridos e mortos de fome, decidem comer alguma coisa no restaurante do aeroporto. Pedem sanduíches de churrasquinho com queijo de coalho e limonadas. Só na terça-feira, às 4h35, conseguem se recuperar da intoxicação alimentar de proporções eqüinas, decorrente da ingestão de carne estragada usada nos sanduíches. Foram levados para o Hospital Miguel Couto, depois de terem esperado três horas para que o socorro chegasse e percorresse os hospitais da rede pública até encontrar vaga. No HMC foram atendidos por uma enfermeira feia, grossa, gorda e mal- humorada. Eles teriam de esperar dois dias para serem examinados, se não fosse pelo cólera causado pela limonada feita com água contaminada por coliformes fecais. Debilitados, só terão alta hospitalar no domingo.Domingo, 18h20: os homens de Bin Laden saem do hospital e chegam perto do estádio do Maracanã. O Flamengo acabara de perder para o Paraná Clube, por 2x0. A torcida rubro-negra confunde os terroristas com integrantes da galera adversária (que havia ido de kombi ao Rio) e lhes dá uma surra sem precedentes. O chefe da torcida é um tal de "Pé de Mesa", que abusa sexualmente deles.Às 19h45, finalmente, são deixados em paz, com dores terríveis pelo corpo. Ao verem uma barraca de venda de bebida nas proximidades, decidem se embriagar uma vez na vida (mesmo que seja pecado, Alá há de compreender!). Tomam cachaça adulterada com metanol e precisam voltar ao Miguel Couto.Segunda-feira, 23h42: os dois terroristas fogem do Rio escondidos na traseira de um caminhão de eletrodomésticos, assaltado horas depois na Serra dasAraras. Desnorteados, famintos, sem poder andar e sentar, eles são levados pela van de uma Ong, ligada a direitos humanos, para São Paulo. Viajam deitados de lado. Na capital paulista, perambulam o dia todo à cata de comida e por volta das 20h00 encontram um travesti fazendo ponto em uma conhecida rua da cidade.Estando no maior atraso, os dois comem o travesti com a maior satisfação, sem saber que se trata de G.W.Bushit, um agente da CIA disfarçado. Espantam-se que ele tenha gostado tanto que nem quis pagamento. Cansados, acabam adormecendo debaixo da marquise de uma loja no Centro. A Polícia Federal ainda não revelou o hospital onde os dois foram internados em estado grave, depois de espancados quase até a morte por um grupo de mata-mendigos. Eles, então, discutem entre si; começam a ficar em dúvida se destruir o Rio de Janeiro, no fim das contas, é um ato terrorista ou uma obra de caridade. Chegam então à conclusão que o Brasil não precisa de terrorista estrangeiro. Ali já tem bandido suficiente, que bota qualquer terrorista no chinelo. O porta-voz da PF declarou que, depois que os dois saírem da UTI, serão recolhidos ao setor de imigrantes ilegais, em Brasília, onde permanecerão até o Ministério da Justiça autorizar a deportação dos dois infelizes. Se tiver verba, é claro. E só depois que passar a ressaca do Presidente da República...Os dois ficaram tão apavorados com o Brasil que só pensam em ir embora, mas falaram em arrumar um convênio para mandar o pessoal da Al Qaeda treinar aqui com os bandidos do Rio e os trombadinhas de Sampa. De boas lembranças, juraram que vão lembrar do travesti...que era argentino!!!


Quem é doido de ser terrorista no Brasil?

O dia em que uma moça invadiu o campo


“O Josemar é popular, lá-iá, lá-iá”. A música era cantada para saudar esta grande figura que é o Josemar, também conhecido como o Popular. Bom, talvez grande seja um exagero, mas uma figura, certamente ele é. Difícil era saber como um coração tão grande cabia num sujeito tão peque... quer dizer, pouco alto (calma, Josemar, eu me corrigi a tempo!). Cabeludo, com cara de índio colombiano, atleticano de coração (ninguém é perfeito...) e supersticioso de carteirinha, o Josemar se gabava de nunca ter visto o Atlético perder quando ele assistia ao jogo da geral, atrás da bandeirinha do córner. A verdade é que ele nunca via muita coisa, pois se era pouco alto na estatura, na bebida ele ficava BEM alto. Até demais.
Um belo dia, eis que chega o Popular para assistir a um jogo do Galo junto com um amigo. Aliás, com um amigo e uma amiga, uma garrafa de vodca que ele catou pelo caminho. Portaria do Mineirão, ingresso na mão, o segurança informa ao Popular que garrafas de vidro não são permitidas no estádio. “Quinze minutos”, foi só o que disse o Josemar. E, de fato, em quinze minutos ele estava de volta. Sem a garrafa, mas com a vodca, dividida entre seu estômago e o do amigo, com vantagem para o estômago do Josemar. O dia prometia...
Segundo tempo da partida, a vodca fazendo efeito, o Josemar cutuca o amigo e informa: “Vou invadir”. Os cinco segundos que o amigo demorou para entender que invadir significava realmente invadir o campo do Mineirão foram mais do que suficientes para o Josemar já estar pulando o fosso que separava o campo da geral e entrar, glorioso, no gramado do Estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão. Do alto das cabines de rádio, a voz inconfundível do locutor Osvaldo Faria anunciou para seus ouvintes:

- E atenção: tem uma moça invadindo o campo. Em trinta anos de futebol eu nunca vi isso, uma moça invadindo o campo.

De um ponto de vista mais privilegiado, ao lado do campo, o repórter da rádio rapidamente desfez a confusão:

- Não, não, Osvaldo, não se trata de uma moça. Trata-se, isso sim, de um cabeludo. É um cabeludo!

Desfeita a confusão sobre a qual espécie o Josemar pertencia, o público pôde presenciar um espetáculo à parte no gramado. Josemar corria pelo meio do campo, de braços abertos, feliz da vida, sendo perseguido por meia dúzia de PMs. Eis que, de repente, não mais que de repente, ele dá um drible de corpo digno de Garrincha nos policiais, que passam lotados por ele. Ah, pra quê? A multidão delirou! Em coro, o Mineirão respondeu ao Popular: “OLÉ!”.
Os policiais não se deram por vencidos, continuaram atrás do Popular e, quando acharam que iam pegar o cabeludo, novamente uma firula desconcerta os homens da lei. E o Mineirão, implacável, respondeu novamente: “OLÉ!”. Era a glória, eram os píncaros do sucesso para o Popular: ele comandava a massa!!! E todo mundo sabe que o pior do sucesso é não saber a hora certa de parar. E aí, quando ia dar mais um drible nos PMs, eis que o Popular tropeça nas próprias pernas e vai estrepitosamente ao chão, para decepção da platéia, que já achava mesmo que a fuga do Josemar era mais interessante que o próprio jogo.
Recolhido às dependências do estádio, o Josemar passou quase uma hora com os ouvidos cheios de todos os tipos de desaforo, além de uma meia dúzia de tapas, também. E só não tomou mais porque o pai dele, que ouviu pelo rádio a hora em que a moça invadiu o campo, deduziu com muita sabedoria que dois mais dois são quatro e que aquele cabeludo não poderia ser outro senão o seu rebento. E foi até lá para, depois de muita argumentação e de prometer encher o filho de porrada, conseguir a liberação do Josemar. Que, desse dia em diante, prometeu que nunca mais beber em dia de jogo. Quer dizer, não beber muito, né? Porque um golinho...

Quem é doido de duvidar do Josemar?

Olha a Luana aí, gente!!!


O sujeito estava na maior curtição no Carnaval, tinha conseguido um abadá do Coruja e dançava feito um maluco, com os braços para cima, segurando um tubo de lança-perfume. Foi quando ele sentiu um cutucão no ombro. Quando virou-se, mal podia acreditar no que via: ninguém menos do que a Luana Piovani pedia a ele uma cheirada no lança que ele levava. O moço não se fez de rogado. Colocou em um lenço uma quantidade de lança suficiente para derrubar um elefante e deu para a Luana cheirar. E como cheirou a menina! Cheirou tanto que acabou apagando nos braços do cara. Era preciso fazer alguma coisa rápido e ele não perdeu tempo: chamou um dos fotógrafos que estavam no bloco e só pediu uma coisa a ele: “Vai fotografando, meu velho!”. E lascou um beijo de desentupir pia na Luana, tudo devidamente registrado pela câmera. A foto, ampliada, com quase um metro de largura hoje enfeita o quarto do rapaz e serve como prova aos que duvidam de que a felicidade pode estar bem próxima. É só saber aproveitar...

Quem é doido de não aproveitar a Luana dando um mole desses?

16 de fevereiro de 2006

Humor com humor se paga


Finalmente alguém lúcido nessa bagunça toda que se tornou o Oriente Médio: um israelense, o desenhista Amitay Sandi, resolveu responder às charges sobre o profeta Maomé com mais charges. Com um detalhe sensacional: as charges são sobre os próprios judeus. Para isso, Sandi lançou um concurso de charges anti-semitas. E explicou: "Achamos que seria uma coisa muito mais corajosa publicar charges sobre nós mesmos do que charges sobre nossos adversários. Queremos combater o fogo com humor.”
Mas para não esquecer a rivalidade, Amitay Sandi alfineta: “Vamos mostrar ao mundo que podemos fazer as melhores, as mais incisivas, as mais ofensivas charges de ódio aos judeus já publicadas", escreveu ele em seu site. "Nenhum iraniano nos derrotará em nosso próprio campo", acrescentou.
Resta saber se algum israelense vai dar risada disso. Afinal, como todos nós sabemos, eles não gostam de dar nada.... no máximo, emprestar. E com juros!
Para ver o resultado do concurso e as charges, acesse www.boomka.org

Quem é doido de sair se matando só por causa de uma charges?

A Dona da Bunda



”Emprestei” essa história para o blog de um amigo, o Histórias Massa (historiasmassa. blogspot. com) até o dia em que tivesse o meu. Estou pegando de volta agora. É absolutamente verídica, vivida e testemunhada por mim e por um grande amigo, em cuja casa eu estava hospedado em São Paulo, perto do Carrefour da Pamplona.Numa noite de sábado, fomos comprar umas cervejas e uns petiscos no tal Carrefour e, no meio do supermercado, passa por mim uma figura que ficou famosa como Rainha do Bumbum há uns 10 anos atrás (sem trocadilho nesses anos atrás, por favor...). Era a Nilza Monteiro. A marmanjada com certeza há de se lembrar dela, os assíduos leitores de Sexy e Playboy mais ainda. Pois é, era ela mesma, em carne (muita) e osso. Mas logo que reconheci o rosto, é claro que quis ver se o porta-malas era aquilo tudo mesmo que parecia ser, se a fama era mesmo merecida. Mas não é que a gravidade já tinha começado o seu trabalho? Era triste, mas era verdade. A bunda da moça, aquele impávido colosso de outrora, virara gigante adormecido e, a olhos de expert, um tanto flácido.Sem contar que o 3X4 da moça não era dos mais vistosos. Chamo a atenção do meu amigo para o fato. Ele não reconhece. Eu pergunto se ele lembra quem é: "A Rainha do Bumbum, saiu na Playboy, na Sexy, um pedação de morena, não lembra, não?". Ele lembrava, mas insistia: não podia ser ela. Demos um jeito de passar por ela de novo. Escolhia uns vinhos, distraída. Meu amigo se espanta, cutuca, cochicha. Era mesmo ela. A decepção foi idêntica. Comentávamos o fato na fila do supermercado, com o sarcasmo que nos é peculiar:
- Mas quem diria, hein? Rainha do Bumbum... como a natureza sabe ser cruel!
- Mas também, queria o quê? Fez a fama mostrando a bunda. Quando a bunda acabasse, era lógico que a fama acabava também.
- Mas é uma decadência miserável, né?
- Ô. Eu nem reconheci. Não diria que era ela nunca. E além da bunda estar caída, como é feinha, não? Devem ter retocado bastante as fotos...
- Pois é. E os peitos? Caídos... Murchinhos...
Fomos interrompidos no nosso exercí­cio de crueldade por uma longa fungada, daquelas de quem já estava há muito tempo segurando as lágrimas, seguido por um choro desolado.Olhamos para trás e vimos a própria, que estava bem atrás de nós na fila e ouvia toda a conversa. Saiu correndo e foi se abraçar com um homem, que estava com ela quando a vimos antes, provavelmente seu namorado, marido ou o que fosse. Achamos melhor não esperar para saber. O cara era grande pacas! As compras ficaram para o dia seguinte.
Na saída, o golpe de misericórdia:
- E ainda é chorona... histérica!

Quem é doido de acreditar em tudo o que vê nas revistas?

15 de fevereiro de 2006

Mas que cachorrada!



Mais uma daquelas histórias que, se os fatos não confirmam, pior para os fatos.
O sujeito, americano típico, acabava de realizar um grande sonho: tinha comprado sua Cherokee novinha e estava exultante. Tão exultante que, mesmo sendo inverno (e inverno de país desenvolvido, com neve!) resolveu ir pescar no lago congelado. Chamou um amigo, colocou seu fiel cão labrador no carro e rumaram para o lago. Lá chegando, ele nem quis saber de estacionar: “Pra quê? Este carro chega em qualquer lugar, vou parar bem no meio do lago”. E assim fez. O lago, a essa altura, já tinha uma camada de gelo de uns dois metros de espessura, o que, se facilitava o acesso do carro, criava outro grande problema: furar o gelo para a pescaria. Sabe-se lá como, mas o dono do carro tinha a bordo algumas bananas de dinamite e achou que seria a idéia perfeita para abrir um buraco e poder, afinal, pescar. Protegeram-se, tomaram uma boa distância do carro e, depois de acender o pavio, jogaram a dinamite no lago. Ato contínuo, eis que o fiel labrador, treinado que era, dispara atrás da banana de dinamite, apanha com a boca e retorna para o dono, crente de que iria receber uma recompensa. O desespero toma conta do dono e do amigo, ao verem o cachorro vindo na direção deles com uma dinamite acesa na boca. Gritaram, xingaram, fizeram “Xô” para o cachorro, mas nada adiantou. Ele continuava indo em direção a eles. Então, como último recurso, resolveram atirar no cachorro. O pobre cão, ao perceber que era enxotado e agora ainda tinha virado alvo, achou que o mundo tinha endoidado e resolveu se proteger daquela loucura toda. Onde? Só tinha um lugar: embaixo da Cherokee novinha. E foi lá mesmo que ele se escondeu. Pela última vez, é claro, porque a dinamite explodiu, fez o cachorro em mil pedaços e abriu um buraco enorme no gelo, grande o suficiente para tragar a Cherokee inteira.
Saldo da brincadeira: um cachorro morto, uma Cherokee no fundo do lago e processos por crueldade contra os animais, fraude no seguro, transporte ilegal de substância explosiva e por jogar lixo no lago.

Quem é doido de fazer uma coisa dessas?

Vai trabalhar, vagabundo!


Seja sincero: você embarcaria em um táxi cujo motorista lhe avisasse que não sabe dirigir? Você contrataria para trabalhar em sua empresa um sujeito que chegasse para você e dissesse que não entende direito do trabalho? Você seria passageiro de um barco cujo capitão contasse que não conhece direito a região por onde vai navegar?
Se você respondeu “não” a estas três perguntas, então você também deve estar pasmo com o que os nossos juízes estão fazendo para manter a parentada mamando nas tetas do governo. Porque a comparação é exatamente esta: pelo visto, eles não conhecem muito de leis. Pelo menos não da lei que proíbe o nepotismo no serviço público. E olha que são eles os encarregados de fazer cumprir a lei. Mas pelo visto, a lei é só para ser cumprida pelos outros, por eles não, de jeito nenhum, nunca!
Não bastasse o cara ter um salário de mais de 20.000 reais por mês (mais bonificações, gratificações, adicional disso e daquilo outro, etc.) num país onde o salário mínimo é de apenas 350 reais, ele ainda acha pouco. Além de ganhar essa baba, ele ainda quer ter o direito de empregar todos os parentes que quiser, sem concurso e com bons salários. A lei já proibia que eles contratassem os próprios parentes, mas nada (a não ser a ética, é claro...) impedia que um contratasse os parentes do outro e o outro contratasse os parentes do um. E assim foi. O judiciário brasileiro é um verdadeiro mamute, grande pesado, ineficiente e muito, mas muito antigo mesmo. E essa gentalha pendurada nos cabides de emprego é, sem a menor dúvida, um dos grandes problemas que um cidadão que precisa recorrer à Justiça tem que enfrentar. Porque ao invés de funcionários que realmente trabalhem e entendam do assunto, são eles, os parentes, que ocupam os cargos de confiança, os cargos onde deveriam estar pessoas que realmente fazem a diferença e ajudam a Justiça a andar.
Os nossos “eminentes” magistrados se agarraram à parentada de uma maneira absolutamente nojenta, anti-ética e desrespeitosa para com o cidadão que paga seus impostos e deseja ver pelo menos uma parte deles retornando em forma de serviços, de preferência eficientes.
Fiquei revoltado com a cara-de-pau de uma desembargadora de Alagoas, em entrevista ao Jornal da Globo de ontem, tentando justificar o injustificável: “Meus parentes não são leprosos, não são pessoas que devam ser mantidas à parte da sociedade”. Sem entrar no mérito sobre o tipo de imbecil que é capaz de dizer uma bobagem deste tamanho em rede nacional, me preocupa saber que uma pessoa com um raciocínio (ou seria racio-símio?) tão limitado seja responsável por julgar o destino de pessoas que tiverem o azar de cair em sua jurisdição. E ocupe um cargo de desembargadora, com um salário pago, entre outros, por mim e por você, que está lendo isso. Com um salário desses, se os nossos magistrados não conseguirem preparar sua parentada para o mercado de trabalho, quem é que vai conseguir? Coitadinhos dos parentes dela, não é mesmo? Se não fosse pelo altruísmo de sua parente, o que restaria a eles? Procurar um emprego? Ou, pior ainda, ter que trabalhar? Isso não, nunca. Afinal, eles têm uma parente que é juíza e que declarou com todas as letras que emprega pelo menos 10 parentes no tribunal. Veja bem, PELO MENOS 10! Palavras da própria desembargadora, que fez o cálculo de cabeça, após pensar (???) um pouco e fazer as contas.
A resolução do Conselho Nacional de Justiça está aí e TEM que ser cumprida. É a regra, é a lei. Pena que caiba a pessoas tão sem caráter a tarefa de fazer cumprir o que está escrito. Para eles e para todos os parentes que eles empregam, só tenho uma coisa a dizer: VAI TRABALHAR, VAGABUNDO!

Quem é doido de confiar em juízes assim?

14 de fevereiro de 2006

“Encontrei o meu pedaço na avenida de camisa amarela...”


Para começar a falar da nova camisa da Seleção, apresentada ontem, lembrei-me do samba “Camisa Amarela”, do Ary Barroso, cujo primeiro verso dá título a este post. Tá certo, tá certo: é só uma camisa. Mas se tudo der certo, é nela que vai ser costurada a sexta estrela de campeão do mundo do futebol brasileiro, O que, convenhamos, é muita responsabilidade, até para uma camisa. E, dessa vez, parece que os designers da Nike fizeram a lição de casa direitinho. Porque se tem uma coisa que eu não conseguia entender era porque o Brasil, único pentacampeão do mundo, um país com dois títulos a mais do que Itália e Alemanha (que estão em segundo entre os países com mais copas, já ganharam três cada uma) nunca teve direito a uma camisa exclusiva da Nike, feita apenas para nós, sem repetir detalhes de outras seleções e sem emprestar seus próprios detalhes para elas. Sim, porque era assim que a Nike trabalhava: criava uma padronagem, aplicava as cores do país-cliente nesta padronagem e vendia aos idiotas como se fosse uma coisa feita com exclusividade. Numa linguagem que eles entendem, isto é bullshit! É só olhar para as camisas das seleções da Holanda, México, Estados Unidos, Coréia do Sul, Croácia, Nigéria e qualquer outra que seja fornecida pela Nike. Eram iguaizinhas! Parecia um daqueles modelos de computador “clique aqui e selecione a cor desejada”. Mas, pelo visto, os gringos aprenderam. Demorou, mas aprenderam. A nova camisa da Seleção é bastante bonita, sem aquela parte verde horrível em cima do número, nas costas do jogador. Amarelinha, como manda a tradição, sem firulas, só com um detalhe diferente na gola (chamada de gola mandarim, de inspiração chinesa). Confesso que até achei que seria mais uma camisa “clique aqui e selecione a cor”, mas vi as imagens da apresentação das camisas dessas outras seleções que citei acima e nenhuma ficou parecida com a nossa (a do México tem uma gola que eu achei parecida, mas não vi os detalhes de perto). Aliás, pela primeira vez, elas não se parecem muito entre si. E nenhuma parece com a do Brasil! Ou seja, parece que, pela primeira vez, temos uma camisa realmente exclusiva, uma camisa que só, só, somente só a seleção brasileira tem. O que, convenhamos, se nós não merecemos, quem merece? Toda essa exclusividade pode estar vestindo você amanhã por apenas 180 reais! Não, você não leu errado, é isso mesmo, CENTO E OITENTA REAIS. Depois, os caras reclamam da pirataria, mas eu ainda acho que, pirata por pirata, o que vende uma camisa por 180 pilas é bem mais perigoso...Só espero que ninguém se esqueça de que camisa não ganha jogo. Pelo menos não sozinha. E, do jeito que a coisa vai, com o Cafu, o Roberto Carlos e o Dida dentro dessas novas camisas, o negócio não vai ser tão fácil assim, não...

Quem é doido de pagar 180 reais por uma camisa da Seleção?

13 de fevereiro de 2006

O dia em que JK riu


Já que comecei com a série de histórias que, se não são verdade, pelo menos são ótimas histórias, tem uma que não pode ficar de fora, aproveitando que JK está no ar e na moda.
Corria o ano de 59 ou 60, Brasília estava prestes a ser inaugurada e os problemas se acumulavam nos ombros do presidente. JK estava tendo um “dia de cão” e estava de péssimo humor quando foi levado até ele um homem com um pedido. Nada novo para o presidente ter que atender gente com pedidos, mas aquele era diferente: o homem era um dos “candangos”, os trabalhadores que foram construir Brasília. Nordestino, repentista, com uma viola de repente embaixo do braço, o homem contou a JK que havia ficado cego durante a construção da cidade e que gostaria de ganhar uma casa para poder morar na nova capital. Ao perceber a viola, JK, que era um seresteiro nato, fez uma proposta ao homem:
- Você sabe tocar? Então toque um repente, uma coisa engraçada, me faça dar risada e eu lhe dou a casa.
O ceguinho, que havia sido levado até JK por algum assessor ou coisa que o valha, não tinha a menor idéia de que estava na presença do presidente. Aliás, não tinha a menor idéia de quem era o presidente. Tanto que perguntou:
- E qual é o nome do senhor?
- É Juscelino Kubitschek – respondeu JK.
E ali, de improviso, com a simplicidade e a falta de cerimônia que JK tanto admirava, ele fuzila um repente:

“Juscelino Kubitschek
Nunca vi nome mais feio
Leve o cu e deixe o cheque
Que de cu eu já tô cheio”

Juscelino quase fica sem ar de tanto rir, dizem que gargalhava e batia na perna de satisfação. E o homem ganhou sua casa e morreu em Brasília.

Quem é doido de cantar um negócio desses para um Presidente da República?

“Good luck, Mr. Gorki!”


Essa é da série “si non è vero, è bene trovato”. Ou, como diria Nelson Rodrigues, “se a história não confirma os fatos, pior para os fatos”.
Todos conhecem as célebres palavras pronunciadas por Neil Armstrong quando desceu o último degrau da Apollo XI que o separava da superfície lunar: “um pequeno passo para o homem, um salto gigantesco para a humanidade”. Mas o que intrigou muita gente foram as palavras que ele pronunciou baixinho antes dessas e que foram claramente captadas pelos microfones da época: “Good luck, Mr. Gorki”. Todos ficaram curiosos e quiseram saber do que, afinal, se tratava. Seria um código, seria uma superstição, seria uma mandinga, seria um sinal de alguma coisa que não foi possível perceber? Só uma pessoa poderia explicar: o próprio Armstrong. E ele se recusou terminantemente a fazê-lo, argumentando que era um assunto particular. Passados cerca de 15 anos de seu passeio lunar, eis que um dia ele chama a imprensa para uma declaração. E, afinal, começou a explicar o que significavam aquelas palavras. Segundo Armstrong, a explicação precisou esperar pela morte da senhora Gorki, que havia se dado alguns dias antes. E, com a senhora Gorki morta, ele poderia, finalmente, contar o segredo que tanta discussão havia inspirado.
Ele contou que, quando era menino, tinha um casal como vizinhos, o senhor e a senhora Gorki. E, um dia, jogando beisebol, a bola foi cair bem embaixo da janela dos Gorki. O pequeno Armstrong foi apanhá-la e, ao chegar perto da janela, testemunhou um momento, digamos, íntimo do casal Gorki. O Sr. Gorki pedia à esposa que ela lhe fizesse sexo oral e ela, horrorizada com o fato, encerrou a discussão com uma frase interessante, para dizer o mínimo: “Só vou lhe fazer sexo oral no dia em que o filho do vizinho andar na lua!”.
Muitos anos depois, quando se preparava para andar na lua, o filho do vizinho lembrou-se daquele dia e desejou boa sorte ao Sr. Gorki. Afinal, depois que ele, Armstrong, andasse pela lua, ela não teria mais desculpa para negar um sexozinho oral ao Sr. Gorki.

Quem é doido de achar que um dia o filho do vizinho vai andar na lua?

10 de fevereiro de 2006

3 ratos cegos


Foi arquivado o relatório do Conselho de Ética (???) da Câmara pedindo a cassação do mandato do deputado Pedro Henry. Apesar do clamor do povo, apesar de tudo o que foi levantado contra ele, a turma do deixa-disso entrou em ação e a pizza saiu do forno ontem, deixando um gosto amargo na boca de quem não pára de se surpreender com a canalhice que anda comendo solta por aí.
Me lembrei da história dos 3 Ratos Cegos, um clássico inglês. Poderia muito bem ser a história dos ratinhos Lula, Dirceu e Gushiken. Nenhum deles viu nada, nenhum deles ouviu nada, nenhum deles falou nada. Fora o fato de que nenhum deles FEZ nada com o mandato do ratinho-chefe já quase no fim. E, pelo visto, eles vão continuar cantando por aí. E levando o resto dos ratos atrás. E haja rato neste país!

Quem é doido de acreditar que ninguém viu nada?

9 de fevereiro de 2006

Droga de campanha contra a droga!

Não resisti a comentar essa. Um comercial que está passando atualmente diz o seguinte:

“Drogas na família?
Não se isole!
Venha compartilhar com a gente.”

Quem assina o comercial é uma casa de tratamento de dependentes de drogas.
Então, você já sabe: se encontrar drogas na família, não seja egoísta: compartilhe com o pessoal! Não entendi muito bem, mas parece que eles estão querendo se drogar sem gastar dinheiro. Só pode ser...

Quem é doido de fazer um comercial assim, achar que é bom e ainda por cima colocar no ar?

Sossega, Leão!


Parece incrível, mas algumas pessoas, ditas celebridades (acho esse conceito de celebridade um tanto discutível, mas deixa pra lá), não têm a menor noção da repercussão de seus atos. Falo isso após ter assistido ontem à noite a mais um espetáculo de truculência e arrogância protagonizados pelo treinador do Palmeiras, Emerson Leão. Aparentemente, ele agrediu com um soco um repórter após este ter lhe dirigido uma pergunta que não agradou. Posteriormente, no vestiário, mais calmo (ou menos nervoso), Leão disse que o repórter o agrediu primeiro, colocando um microfone na sua cara e que o mesmo teria lhe desferido um chute na canela, que seria objeto de queixa contra o repórter e exame de corpo de delito. Mas as imagens mostraram que foi ele quem saiu acompanhado por policiais e foi encaminhado ao distrito policial, pois o repórter foi mais rápido e deu queixa dele primeiro. Leão seria até digno do benefício da dúvida, não fosse o seu histórico de confusões e desentendimentos em quase todos os lugares por onde passou. Sou obrigado a confessar que acho a história do repórter mais convincente. Além disso, a agressão ao repórter foi testemunhada pela PM de São Paulo. Só acho que um técnico de futebol acostumado aos holofotes deveria saber que os microfones à sua frente não são exatamente uma forma de agressão. Aliás, ele deveria saber que algumas pessoas inclusive ganham seu sustento empunhando tais microfones e que é graças a essas pessoas que gente como ele (infelizmente) tem tanto espaço na mídia. Mas talvez seja querer demais dele entender isso.
Leão é apenas mais um de tantos lamentáveis personagens que o futebol criou ao longo dos anos. Assim como Edmundo (El Matador!), Marcelinho Carioca, Guilherme (El Matador II – A Missão), Josimar (aquele lateral-direito que fez dois golaços na copa de 86 e que se afundou nas drogas), Reinaldo (que deu a volta por cima) e outros tantos, passando inclusive por Garrincha que, à parte o fato de que jogava uma bola absolutamente endiabrada, era também um péssimo exemplo fora dos campos e que hoje tem em Romário um seguidor à altura, boêmio, falastrão e irresponsável.
É lógico que em todas as atividades temos as nossas ovelhas negras e ninguém está livre de ter na família alguém que se envolve em confusões, se mete com drogas, comete uma imprudência no trânsito. Faz parte da vida. Mas me espanta a quantidade desses tipos que proporciona o futebol. Não me surpreende, porque todo o esquema em que se transformou o futebol hoje conspira para isso, mas me espanta. O garoto entra nas categorias de base e se vê, de repente, tendo um contato mais próximo com os caras que ele admirava de longe. E começa a reparar que a vida deles é trocar de carro uma vez por mês, gastar os tubos com equipamentos para o possante e virar as noites correndo atrás das marias-chuteiras, sempre tomando cuidado para não engravidar uma delas, o que nem sempre conseguem. O menino só pode pensar “Bom, se é assim que se comporta um cara que conseguiu chegar lá, é assim que eu devo ser se quiser chegar lá também”. E, menino que é, fica com essa idéia na cabeça desde cedo, criando falsos conceitos que depois o acompanharão para sempre. Ninguém pensa em comprar uma casa, em estudar, em investir em cultura e educação. Os interesses geralmente são outros, bastante rasos. Os exemplos citados anteriormente ilustram bem esse tipinho.
Por outro lado, temos gente como o Raí e o Leonardo, que sempre receberam incentivo para não largar os estudos e hoje continuam em destaque, mesmo já tendo abandonado os campos. Leonardo, inclusive, é diretor do Milan, um dos mais poderosos clubes do mundo. Além de serem sócios na Fundação Gol de Letra. Dois exemplos de onde se pode chegar investindo nas coisas certas.
Parece muito claro que os clubes deveriam gastar uma parte de seus investimentos em profissionais que preparassem os garotos para o sucesso, incentivando-os a estudar e dando-lhes o estofo cultural e moral que mais tarde vai transforma-los não só em bons jogadores, mas também em bons cidadãos. Gente que vai saber dar um exemplo muito melhor do que tipos como o Leão, que acha que pode se comportar como se o resto do mundo estivesse uma categoria abaixo dele. As entrevistas o irritam? Os repórteres são chatos? A marcação da imprensa o deixa nervoso? Muda de profissão, ué! O mundo, especialmente o mundo da bola, certamente não vai sentir a menor falta desse tipo de gente.

Quem é doido de achar que esse cara é um exemplo?

8 de fevereiro de 2006

Pra lá de Teerã!


Millôr Fernandes dizia que “se você não conhece nada perfeito, é porque nunca conheceu um perfeito idiota”. Pois quem tem assistido à televisão ou lido jornal ultimamente não pode mais dizer que a perfeição não existe. Quem quer que tenha visto o que anda fazendo e falando esse perfeito idiota que se tornou presidente do Irã não pode ter a menor dúvida de que esse cara deve ter algum distúrbio sério, para dizer o mínimo.
Num país onde estado e religião se misturam desde a revolução que apeou o xá do poder, quem manda de verdade são os aiatolás, os líderes religiosos, homens que não têm a menor noção do que seja um estado democrático. Lá, a lei são os aiatolás. O que eles mandam é a lei. Quem acha que o Afeganistão era barra-pesada na época dos talibãs deveria procurar saber mais sobre o Irã. Lá, uma mulher que sair à rua com o rosto descoberto ou desacompanhada de algum homem de sua família pode (e, segundo as leis, deve) ser apedrejada na rua, por estar faltando ao respeito com as regras. Os homens devem usar barbas. E o ódio aos americanos e aos judeus é matéria de escola, ensinada desde cedo às crianças, que, anos depois, escolhem um panaca feito esse Ahmadinejad para ser presidente.
Aliás, que belo presidente. A primeira coisa que o sujeito fez foi dizer que esses judeus são mesmo mentirosos, o holocausto foi uma invenção deles e nunca existiu. Veja bem: NUNCA EXISTIU! Hitler nunca existiu, Auschwitz nunca existiu, 6 milhões de pessoas mortas nunca existiram. Convenhamos, é um bom começo, mas não credencia ninguém a ser chamado de perfeito idiota. Pelo menos ainda não. Era pouco. Ele precisava de algo ainda mais idiota para isso. O terremoto que devastou seu país deu a ele outra oportunidade de se afirmar como tal. Ele recusou qualquer ajuda vinda dos Estados Unidos e de Israel. Aí eu já nem sei mais quem é o idiota, se é um presidente que recusa ajuda numa situação em que seu povo está morrendo ou se são os americanos e israelenses, que, mesmo sabendo que o Irã quer que eles morram, mandam ajuda humanitária. Provavelmente, todos são, mas vamos adiante.
Aí, como dizia o comercial do Gelol, não basta ser idiota, tem que participar. Então ele resolve que vai reativar o programa nuclear iraniano, que já havia sido objeto de muita discussão e polêmica e foi encerrado mediante uma promessa de que o Irã receberia ajuda externa como compensação. Pelo visto, a compensação foi pouca. Mas será que alguém me explica porque um país que tem uma das maiores reservas de petróleo do mundo precisa de energia nuclear? Eles dizem que é para a produção de energia, mas será que o petróleo deles tem alguma contra-indicação para isso? Ao que me consta, é muito mais barato produzir energia a partir de petróleo do que através de urânio... Ou será que eles querem outra coisa com esse urânio todo?
Mas o que me chama a atenção é um fato que aparentemente passou despercebido: alguém já reparou que, por causa disso, as cinco potências mundiais que têm assento no Conselho de Segurança entraram em acordo? Sim, parece incrível, mas numa coisa os Estados Unidos, a Inglaterra, a França, a China e a Rússia concordam: o Irã é perigoso! Pena que só tenham descoberto isso agora, quando os caras estão a ponto de produzir uma bomba atômica! Tomara que não demorem tanto para fazer alguma coisa a respeito. Porque um maluco com uma bomba atômica nas mãos não é uma perspectiva das mais interessantes. E, se alguém argumentar que já temos um desses lá na Casa Branca, serei obrigado a discordar. Por mais maluco que seja o Bushinho, perto do Ahmadinejad ele está mais para Gandhi do que para Átila, o huno!
Fala sério: esse cara é maluco, mesmo! E já está pra lá de Teerã...

Quem é doido de agüentar um sujeito assim?