20 de fevereiro de 2006

O distraído


O cara era o chefinho. Não era chefe, mas era filho de um dos donos da empresa. Embora ninguém soubesse direito o que é que o energúmeno fazia na empresa, lá estava ele. Carrinho importado, roupas de griffe, celular último tipo e um monte de pastas de candidatas a estagiária embaixo do braço. A seleção era feita pelas fotos, é claro. Uma gracinha de pessoa...
Um belo dia, de passagem pelos corredores, é abordado pelo sócio do pai, apressado:
- Ô, Fulaninho, me faça um favor. Vendi meu celular velho para o Sicrano e fiquei de entregar as baterias para ele. Me faça esse favor, eu estou de saída, entregue a ele essas duas baterias aqui, de tarja azul.
E, entregues as baterias, saiu correndo. No dia seguinte, ao voltar ao trabalho, encontra o Sicrano procurando por ele. Muito sem-graça, ele explicava que devia ter havido algum engano, pois haviam combinado baterias de tarja azul e não as baterias de tarja verde, menos eficientes, que havia recebido do Fulaninho. Pasmo, o dono da empresa diz que não sabe o que aconteceu, que vai investigar. Nem precisou chamar o Sherlock Holmes. As baterias foram facilmente achadas no telefone de Fulaninho. Que insistia ter sido um engano.
Não deixa de ser. Enganou-se a mãe dele quando achou que era gente o que ela levava na barriga...

Quem é doido de trabalhar pra gente assim?

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