13 de fevereiro de 2006

O dia em que JK riu


Já que comecei com a série de histórias que, se não são verdade, pelo menos são ótimas histórias, tem uma que não pode ficar de fora, aproveitando que JK está no ar e na moda.
Corria o ano de 59 ou 60, Brasília estava prestes a ser inaugurada e os problemas se acumulavam nos ombros do presidente. JK estava tendo um “dia de cão” e estava de péssimo humor quando foi levado até ele um homem com um pedido. Nada novo para o presidente ter que atender gente com pedidos, mas aquele era diferente: o homem era um dos “candangos”, os trabalhadores que foram construir Brasília. Nordestino, repentista, com uma viola de repente embaixo do braço, o homem contou a JK que havia ficado cego durante a construção da cidade e que gostaria de ganhar uma casa para poder morar na nova capital. Ao perceber a viola, JK, que era um seresteiro nato, fez uma proposta ao homem:
- Você sabe tocar? Então toque um repente, uma coisa engraçada, me faça dar risada e eu lhe dou a casa.
O ceguinho, que havia sido levado até JK por algum assessor ou coisa que o valha, não tinha a menor idéia de que estava na presença do presidente. Aliás, não tinha a menor idéia de quem era o presidente. Tanto que perguntou:
- E qual é o nome do senhor?
- É Juscelino Kubitschek – respondeu JK.
E ali, de improviso, com a simplicidade e a falta de cerimônia que JK tanto admirava, ele fuzila um repente:

“Juscelino Kubitschek
Nunca vi nome mais feio
Leve o cu e deixe o cheque
Que de cu eu já tô cheio”

Juscelino quase fica sem ar de tanto rir, dizem que gargalhava e batia na perna de satisfação. E o homem ganhou sua casa e morreu em Brasília.

Quem é doido de cantar um negócio desses para um Presidente da República?

Nenhum comentário: