14 de fevereiro de 2006

“Encontrei o meu pedaço na avenida de camisa amarela...”


Para começar a falar da nova camisa da Seleção, apresentada ontem, lembrei-me do samba “Camisa Amarela”, do Ary Barroso, cujo primeiro verso dá título a este post. Tá certo, tá certo: é só uma camisa. Mas se tudo der certo, é nela que vai ser costurada a sexta estrela de campeão do mundo do futebol brasileiro, O que, convenhamos, é muita responsabilidade, até para uma camisa. E, dessa vez, parece que os designers da Nike fizeram a lição de casa direitinho. Porque se tem uma coisa que eu não conseguia entender era porque o Brasil, único pentacampeão do mundo, um país com dois títulos a mais do que Itália e Alemanha (que estão em segundo entre os países com mais copas, já ganharam três cada uma) nunca teve direito a uma camisa exclusiva da Nike, feita apenas para nós, sem repetir detalhes de outras seleções e sem emprestar seus próprios detalhes para elas. Sim, porque era assim que a Nike trabalhava: criava uma padronagem, aplicava as cores do país-cliente nesta padronagem e vendia aos idiotas como se fosse uma coisa feita com exclusividade. Numa linguagem que eles entendem, isto é bullshit! É só olhar para as camisas das seleções da Holanda, México, Estados Unidos, Coréia do Sul, Croácia, Nigéria e qualquer outra que seja fornecida pela Nike. Eram iguaizinhas! Parecia um daqueles modelos de computador “clique aqui e selecione a cor desejada”. Mas, pelo visto, os gringos aprenderam. Demorou, mas aprenderam. A nova camisa da Seleção é bastante bonita, sem aquela parte verde horrível em cima do número, nas costas do jogador. Amarelinha, como manda a tradição, sem firulas, só com um detalhe diferente na gola (chamada de gola mandarim, de inspiração chinesa). Confesso que até achei que seria mais uma camisa “clique aqui e selecione a cor”, mas vi as imagens da apresentação das camisas dessas outras seleções que citei acima e nenhuma ficou parecida com a nossa (a do México tem uma gola que eu achei parecida, mas não vi os detalhes de perto). Aliás, pela primeira vez, elas não se parecem muito entre si. E nenhuma parece com a do Brasil! Ou seja, parece que, pela primeira vez, temos uma camisa realmente exclusiva, uma camisa que só, só, somente só a seleção brasileira tem. O que, convenhamos, se nós não merecemos, quem merece? Toda essa exclusividade pode estar vestindo você amanhã por apenas 180 reais! Não, você não leu errado, é isso mesmo, CENTO E OITENTA REAIS. Depois, os caras reclamam da pirataria, mas eu ainda acho que, pirata por pirata, o que vende uma camisa por 180 pilas é bem mais perigoso...Só espero que ninguém se esqueça de que camisa não ganha jogo. Pelo menos não sozinha. E, do jeito que a coisa vai, com o Cafu, o Roberto Carlos e o Dida dentro dessas novas camisas, o negócio não vai ser tão fácil assim, não...

Quem é doido de pagar 180 reais por uma camisa da Seleção?

Um comentário:

Anônimo disse...

bem legal o teu blog :D