31 de agosto de 2006

O dia em que São Marcelo espetou o dragão


Quando São Jorge espetou o dragão na lua, mal sabia ele que, além de se tornar santo, também se tornaria inspiração para um tresloucado brasiliense que veio aportar por estas plagas baianas em pleno Carnaval. Não somente isso, mas também chegou extremamente bem recomendado e bem acompanhado pelo incansável Julim, mestre dos botecos e farras. E era meu xará, outro Marcelo (só para esclarecer que não sou eu o Marcelo do título, espetar dragões não é minha especialidade...). Como bom tresloucado, entornava uma cana capaz de fazer o velho Mussum entortar as pernas. De tempos em tempos, sumia do mapa e voltava minutos ou horas depois, com aquela cara de gato que tinha comido o peixe do aquário. Numa dessas sumidas ele demorou demais, começamos a nos preocupar e a procurar por ele. E coube a mim encontrá-lo, de conversa com uma figura que merece até um outro parágrafo só para ser descrita.
Eram arrobas e mais arrobas de pura sensualidade, emolduradas por um cabelo que parecia uma peruca lavada na máquina e secada na secadora, se é que dá pra ter uma idéia. Um justíssimo short tentava conter o excesso adiposo da criatura sem muito sucesso, pois as banhas caíam por cima do elástico do short, formando uma pochete de gordura à qual o meu xará se agarrava com a felicidade e a despreocupação que só o álcool em grande quantidade é capaz de trazer. E bailava, feliz da vida, ao lado daquele verdadeiro transatlântico. Na boca da moça, um batom em tom roxo completava aquela visão do inferno.
Chamei reforço. Se éramos mesmo amigos do cara, tínhamos que tirá-lo daquela roubada. No melhor estilo dos fuzileiros, “nenhum homem será deixado para trás”. Fomos ao resgate. Cercamos o cara e fomos tentando levar ele dali, mas ele se agarrou com mais força ainda à cintura (na falta de definição melhor...) de sua nova amiga e reclamava de nossa falta de educação:

- Como é que você querem que eu saia e deixe uma moça tão linda aqui sozinha? Aliás, mostre aquela parada que você faz!

Confesso que fiquei com medo “daquela parada” que ela fazia. Ato contínuo, a moça saca um cantil daqueles de couro, retira a tampa, ergue o tal cantil no ar e faz jorrar dele um negócio que, pelo cheiro, não deixava dúvidas: uísque! Tudo o que o Marcelão não precisava naquele momento... Marcelão, lépido, coloca-se com a boca aberta diante do jato de uísque e deixa a boca encher até transbordar pelos cantos. Então, de um trago só, engole aquele uísque todo. É, o caso era perdido, como lembrou bem o Zinho:

- Olha aí, moçada: não tô a fim de ajudar quem não quer ser ajudado...

Por insistência do próprio Marcelo, deixamos ele lá, entregue à própria sorte. Esquecemos dele. Coisa de uma hora depois, ele chega, trocando as pernas, todo manchado de batom roxo e a mesma cara de gato que comeu o peixe do aquário:

- Vocês precisam ver a gatinha que eu agarrei ali...

Até hoje a gente ri do cara. No dia seguinte, ao mostrarmos a ele sua “gatinha”, recusava-se terminantemente a acreditar no fato. “Vocês estão querendo me deixar no terror...”. Só acreditou quando viu a criatura vir para cima dele, toda dançante, com os braços abertos, oferecendo mais uísque. Que ele, polidamente, recusou. E, olhando para nós com cara de desespero, ainda quis dar bronca:

- Porque é que vocês não me seguraram? Belos amigos vocês são...

Quem é doido de dar uma espetada dessas no dragão?

30 de agosto de 2006

Constatação


Sabe por que o Michael Jackson adora a noite?
É que a noite é uma criança...

29 de agosto de 2006

Orgasmo polêmico


Será que algum de vocês, meus 13 leitores, conhece a Dona Nelly? Tem certeza? E se eu lhe perguntar se você conhece aquela senhora que deu um depoimento na novela Páginas da Vida sobre seu primeiro orgasmo? Ah, aposto que agora a ficha caiu! Pois é, essa é a Dona Nelly (veja o vídeo aí em cima). Muitos a consideraram uma mulher de extrema coragem, outros a consideraram uma completa sem-noção pelo seu depoimento. A mim, particularmente, além de revelar um mau gosto terrível por parte da Globo, do autor, do diretor e da produção da novela (certamente tentando alavancar a audiência nos primeiros capítulos), o depoimento não diz mais nada. Se à Dona Nelly só foi dado conhecer o orgasmo depois de velha, só o que tenho a dizer é: antes tarde do que nunca. Quanto a ter coragem ou atitude, cada um sabe de si. Se ela se sente confortável ao falar coisas tão íntimas em público, problema dela. E aí é que está a questão. Como deu problema para ela!
Depois de seu depoimento, Dona Nelly esteve em um programa sensacionalista de TV para contar como perdeu o emprego, virou motivo de piada, viu seus filhos serem ridicularizados na rua e no emprego e está com a geladeira vazia e sem ter como pagar suas contas desde que apareceu na TV contando ter gozado pela primeira vez ao som de Roberto Carlos (veja reportagem no jornal O Globo aqui). Mas como para todo mal há um remédio, Dona Nelly, ofendidíssima, vai processar a Globo, o autor Manoel Carlos e o diretor da novela, Jayme Monjardim, pedindo uma (logicamente) gorda indenização para reparar os danos morais que sofreu.
Não é por nada, não, mas... ê, mundinho cheio de gente esperta! Ô, Dona Nelly, a senhora leu antes de assinar aquele papelzinho que se chama cessão de direitos de imagem? Sabia que, ao assinar o tal papel, a senhora autorizou a Rede Globo a veicular sua imagem e seu depoimento? E que foi a senhora mesma quem contou a história? E agora quer ganhar dinheiro com isso? Não é por nada, não, mas acho que depois da Dona Nelly ter ficado “toda babada”, agora ela está querendo ganhar uma baba e gozar às custas da Globo outra vez...
Como diz o velho (e sábio) ditado, “passarinho que come pedra sabe o cu que tem”...

Quem é doido de contar suas peripécias sexuais em horário nobre e depois se arrepender?

28 de agosto de 2006

Massa, Felipe!


Dizer “eu sabia” quando um fato acontece é fácil. Mas hoje eu quero lembrar aos meus 13 leitores de uma pedra que eu cantei. No começo dessa temporada, avisei a vocês que esse menino, o Massa, ia dar trabalho. Rápido, consistente e arrojado, ele sempre foi. Faltava, como eu admitia no começo do ano, experiência andando na frente, ditando o ritmo (se alguém quiser tirar a dúvida, olhe aqui). E eu cito o que disse: “Um dos grandes desafios do Massa nessa temporada será o de aprender a andar na frente e a ditar o ritmo das corridas. Massa sempre foi muito bom em manter o ritmo e em tentar acompanhar os carros da frente, mas a história muda totalmente de figura quando é você quem tem que ditar o ritmo e tudo o que se vê pela frente é uma pista vazia. Os atropelos e afobamentos serão, pelo menos ainda durante essa temporada, um risco constante para Massa. Mas eu acredito que ele vai superar as dificuldades e ainda papar pelo menos uma ou duas vitórias este ano”.
Massa fez ontem uma corrida de gente grande. Largou bem, controlou os adversários, ditou o ritmo que lhe convinha, embora tenha tentado preparar o terreno para mais uma “presepada” da Ferrari, que, graças a Alonso e ao afobamento do Schumacher (araruta tem seu dia de mingau...), não aconteceu. A sorte ajudou, ao manter o espanhol entre ele e o alemão, mas sozinha ela não resolveria nada. Felipe fez uma grande corrida, mostrou que aprendeu muito e está pronto para continuar sua trajetória rumo ao topo. Enquanto isso, está aí o vídeo da última volta de ontem, com direito à empolgação do Galvão Bueno e à musiquinha da vitória! Ê, saudade...

O Brasil tem piloto de novo! Valeu, Felipe! Que venham outras, muitas outras.

Quem é doido de não ter se emocionado ontem com mais um brasileiro no lugar mais alto do pódio?

25 de agosto de 2006

Gira, mundo, gira!


Sexta-feira normal no mundo: na Índia, um homem com dois pênis vai remover um deles para ter uma vida sexual “normal”. Comenta-se que, ao mostrar os dois pênis ao médico e perguntar-lhe o que poderia fazer, o doutor teria respondido que “o máximo que posso oferecer é casa, comida, roupa lavada e 5 mil por mês”, mas não há confirmação do fato. No Rio, Tati Quebra-Barraco, autora de “Boladona” foi autuada boladona por uso de maconha. Falando nisso, um amigo (muy amigo...) de George Michael disse que o cantor costuma consumir mais de 20 baseados por dia e não quer mais saber de compor. E um cientista confirmou cientificamente a existência da larica. Ronaldo (quem?) não vai mais para o Milan (que bom para o Milan...). Plutão deixa de ser considerado um planeta. Maldade, iludiram o coitado durante anos e agora jogam a verdade na cara dele, assim sem mais nem menos. Uma pluta sacanagem (desculpem, foi inevitável...) que deixa os que acreditam em horóscopo preocupados. Eu não acredito em horóscopos, nós de Sagitário somos muito céticos... O Irã (sempre ele) vai continuar com seu programa nuclear, enriquecendo urânio e alguns aiatolás... Na Áustria, um sequestro que durava 8 anos acabou com a fuga da sequestrada, uma moça de 18 anos que era mantida refém desde os 10 anos, possivelmente tendo sido molestada sexualmente várias vezes por seu sequestrador, que se matou após a fuga. Em Hollywood, os estúdios de cinema perderam a paciência com os estrelismos das estrelas. Tom Cruise, depois da cientologia e de suas últimas esquisitices, foi o primeiro a dançar, demitido pela Paramount, outros e outras devem seguir o rastro. No Rio, um jovem foi agredido pelos seguranças do Hard Rock Café porque reclamou da demora no atendimento (se essa moda pega na Bahia, os restaurantes vão se transformar em ringues de boxe...). Também no Rio, uma juíza alegou “falta de condições morais para o exercício de um mandato parlamentar” para impugnar a candidatura do Eurico Miranda. Bobagem. Deixa ele concorrer que, no máximo, ele chega a vice... tem experiência nisso.

Enfim, é só mais uma sexta-feira no mundo mundial...

Quem é doido de ainda se assustar com o que o mundo é capaz de gerar?

O chato da poltrona ao lado


Em um avião, não há como não se considerar o risco. Convenhamos, voar não é um atributo natural do ser humano. Fazê-lo em um charuto voador, 15 quilômetros acima da terra, a 900 km/h é menos natural ainda.
Um professor no colégio explicava assim porque nunca considerava "meio certas" as respostas de suas provas:

- Não existe meio certo. Ou é certo ou é errado. Um piloto de avião meio certo, ao invés de aterrissar suavemente vai despencar do céu feito uma pedra.

Lógica incontestável, sem dúvida, embora um tanto quanto fatalista. Fato é que, apesar dos riscos, me acostumei com aviões desde pequeno. Por morar em cidades diferentes da grande maioria da família desde que nasci, viagens de avião eram coisas certas de acontecer a cada vez que se encerrava o semestre letivo na escola. BH-Brasília, Brasília-BH. Depois Salvador-BH, BH-Salvador. Mais tarde, vieram as viagens sozinho, menor desacompanhado, essas coisas. A gente vai aprendendo qual é o lado que não bate sol, qual o melhor lugar para pegar pouco barulho, onde o carrinho com o rango passa primeiro, essas coisas indispensáveis a uma boa e divertida viagem. Mas não há, nunca houve, maneira de se prever, de se evitar ou de se livrar do maior de todos os incômodos de uma viagem de avião: o chato da poltrona ao lado. Um acidente, uma queda, qualquer coisa dessas dura poucos segundos. O chato dura o tempo que durar a viagem, às vezes mais, se ele resolver te acompanhar na descida do avião. Conheci muitos chatos de avião. Alguns foram esquecidos ainda no caminho que leva até a porta da aeronave. De outros, eu lembro.
Meu primeiro embate memorável foi com um senhor nissei que se dirigia a Tóquio via Toronto, meu destino. No longo caminho do Rio até a cidade canadense, fui vítima de um erro trágico de meu pai. Ao fazer a mesma viagem, uma semana antes, ele me indicou e deixou reservada a poltrona 14H (nunca me esqueci do número), onde havia um corredor de emergência à frente que permitia esticar as pernas. O detalhe que não se podia perver era que, no vôo dele, a poltrona 14H era na seção de não-fumantes. Na minha viagem, o setor era de fumantes. E o tal japa-nissei-sansei-nãossei fumava feito uma chaminé. O vôo totalmente lotado não me permitiu corrigir o equívoco e tive a oportunidade de me sentir dentro de um cinzeiro por 12 horas, durante as quais o japa consumiu um maço e meio de Free. Aos que hoje me conhecem e sabem que eu tenho este péssimo hábito de fumar, talvez não queira dizer nada, mas na época eu não fumava e tinha alergia a fumaça de cigarro! Meu estado ao chegar a Toronto era terrível. Além de fumar muito, o japonês também falava muito e mostrava muitas, muitas fotos. Falava algum idioma entre o japonês e o português, algo que para mim era incompreensível. Não falava mais nada de inglês, francês, nada. Ao chegar a Toronto, era uma barata tonta, sem saber para onde ir, onde pegar sua conexão para Tóquio. Desesperado, se aproxima de mim no saguão e me pede ajuda. Lembrei das dezenas de fotos e do maço e meio de cigarro que fui obrigado a compartilhar com ele, contra minha vontade. Lembrei do cheiro insuportável de cigarro que estava entranhado na minha roupa. Minha vontade era mandar o japa para outro aeroporto, mas aí eu me lembrei também da boa educação que tive e acabei por mandá-lo ao lugar certo (o balcão de conexões, não a PQP). Castigo por castigo, estar viajando por aquela porcaria daquela Canadian era suficiente para ele. Mas a Canadian já é outra história...

O japa me deixou mais escolado. Alguns anos depois, uma senhora ocupava a poltrona ao meu lado já deixando claro que minha viagem seria cheia de perguntas e fotos de netinhos e da família. Discretamente (não há porque magoar uma boa senhora...), perguntei sobre a possibilidade de ser mudado de lugar, o que foi impossível por estar o vôo novamente cheio. Esperava pelo início do bombardeio verbal quando vejo a senhora apegada a medalhas, santinhos e terços, muito nervosa. Perguntei se ela tinha medo de voar e, diante da resposta afirmativa, soube direitinho o que fazer. Esperei que ela puxasse conversa novamente e, simulando um certro receio, perguntei-lhe apontando a aeromoça que entrava na cabine do piloto (na época em que elas não eram blindadas, of course...):

- A senhora reparou? Acho que é a terceira vez que a aeromoça entra com um copo de uísque na cabine do piloto...

Ajudou o fato de o avião passar por uma pequena turbulência exatamente nesse momento. A velha entrou em parafuso, queria ir tomar satisfações com o irresponsável. Disse a ela que o melhor seria ficar de olho e interpelar a aeromoça no flagra, para que ela não pudesse negar que estava levando álcool para o piloto. Concordando comigo, a boa (e crédula) senhora passou o resto da viagem qual uma águia, sempre a espreitar a cabine e sua movimentação. Quando eu acordava dos rápidos cochilos que consegui dar, ela me informava, solícita:

- Por enquanto, nada. Ela passou aqui com um copo de bebida, até achei que fosse para o piloto, mas era para aquele senhor da primeira fila. Estou vigiando, onde já se viu!

E eu, bocejando:

- O que seria de nós sem a senhora? Quando chegarmos a Belo Horizonte, não vou me esquecer que foi por sua causa...

Ficou com pena? Pensou em me incluir em uma pouco recomendável categoria de pessoas que não se compadecem dos idosos? Fique à vontade, você nunca deve ter se deparado com um idoso chato na poltrona ao lado no avião.

Finalmente, anos depois do japonês, quando já havia me tornado um contumaz consumidor de tabaco em cilindros de papel, também conhecidos como cigarros, acabei mais uma vez parando no lugar errado, uma fileira atrás de onde deveria estar, na seção de não-fumantes. Assim que acendi meu primeiro cigarro, um yuppie na poltrona ao lado, com rabo-de-cavlo e um terno que parecia ter verniz, de tanto que brilhava, me alertou para o fato de maneira um tanto afetada:

- Você só cometeu um engano, rapazinho... sentou onde não devia...

Depois de tanta delicadeza, senti-me na obrigação de também ser fino. Aproveitei que o copo de uísque que eu segurava havia deixado escorrer algumas gotas de água na palma da minha mão e fiz cara de exterminador do futuro, encarei o yuppie e apaguei o cigarro na palma da mão, deixando-o estarrecido, acreditando que tinha feito isso na minha própria pele, enquanto dizia ao marrentinho:

- Você também cometeu um... falou com quem não devia... você sabe que eu sou?

E não disse mais nada. Desse momento em diante, o sujeito não me olhou mais nem quando eu acendi o décimo cigarro. E ainda dava um jeito de se encolher todo sempre que eu me mexia na cadeira, morrendo de medo de esbarrar em mim. Finalmente, eu havia descoberto a fórmula para me livrar deles, os chatos da poltrona ao lado.

22 de agosto de 2006

Caixão D'Água

Que me desculpem os meus 13 leitores se algum deles for mais sensível, mas não dá para ser hipócrita: quem quer que goste de futebol neste país não pode estar senão contente com a morte do nefasto Caixa D’Água, o sujeito que praticamente acabou com o futebol no Rio de Janeiro. Pelo menos, morreu antes de morrer o próprio futebol do Rio. Ou seja: ainda há chance. Agora só falta o Eurico...

Quem é doido de não achar que as coisas podem melhorar agora?

18 de agosto de 2006

Olha a Mangueira aí, gente!


Taí uma notícia que promete dar samba e muitos trocadilhos infames. A Mangueira (calma, gente, esperem um pouco para começar as piadinhas...), única escola de samba que não aceitava mulheres na bateria, começou a rever sua posição e inicia na segunda, em um bar do Rio, a seleção das dez integrantes que vão desfilar com a escola no Carnaval do ano que vem. Mérito do Ivo Meireles, que comprou esta briga com o presidente da escola verde-e-rosa.

Então (agora sim, piadinhas!), fica o aviso: se você é uma mulher que sempre sonhou em entrar na Mangueira, esta é a sua chance! Já pensou? Você, em plena Sapucaí, esperando a Mangueira entrar, com a cuíca na mão... E depois, comentando com o pessoal “Puxa, na hora em que a Mangueira entrou, deu até um arrepio..”. Fala sério...

Quem é doido (ou, no caso, doida) de querer entrar na Mangueira?

Perguntar não ofende 2

Roubado descaradamente do MSN do Rorô:

"Como é que a Heloísa Helena pretende mudar o Brasil se ela não muda nem de roupa?"

Aliás, não sei se o Rorô ou meus 13 leitores sabem, mas a senadora Heloísa Helena descartou utilizar a vassoura como símbolo de sua campanha. Parece que ficou com medo de perguntarem "Vai varrer ou vai voar, senadora?"...

Quem é doido de não concordar com as duas perguntas?

17 de agosto de 2006

O belo adormecido

Para quem curte a combinação sexo-drogas-álcool, a situação do Luís, do Guilherme e do Beto naquela noite era invejável. Acompanhados por três “trabalhadoras noturnas”, uma garrafa de uísque já quase vazia e alguns gramas de cocaína, eles já chegaram na portaria do motel na maior algazarra, as mulheres quase nuas, um falatório coletivo de dar inveja à Torre de Babel. Pediram uma suíte grande e lá chegando já foram logo tratando de cheirar mais um pouco de pó e em seguida se arranjar, cada um num canto, com um mínimo de privacidade. Um ficou com o banheiro, outro com a piscina e outro com a cama. Luís, na piscina, foi o primeiro a terminar o “serviço” com a mulher e passar então a se dedicar ao uísque e ao pó. Logo em seguida, o Guilherme chega na piscina com sua acompanhante. Ficam lá conversando, esperando, esperando e nada do Beto terminar. Resolvem, então, fazer um favor ao amigo e mandam para dentro da suíte as duas moças que já haviam acabado o serviço. Esperam elas entrarem e tornam a esperar, esperar, esperar... o Beto começava a ganhar fama de atleta:

- Mas o Beto, hein? Parecia que estava caindo de bebum e tá lá, dando conta de três...

- Achei que ele estava mais para lá do que para cá.. impressionante!

Nisso, são interrompidos na conversa por gritinhos vindos de dentro da suíte. Um “Ai, ai, ai, ui, ui, ui” que precisava ser conferido de perto. Os dois correm para a porta do quarto e quando abrem não conseguem conter o riso. Sentada numa ponta da cama, uma das pervas lê calmamente uma “Contigo” que estava na bolsa da amiga. Outra segurava nas mãos uma parte da anatomia do Beto que estava mais para “deitado eternamente em berço esplêndido” do que “gigante pela própria natureza”. Muito sem jeito, a moça olhava com cara de quem cogitaria seriamente usar o desfibrilador no pingolim do Beto para ver se ressuscitava, se tal tecnologia fosse disponibilizada em motéis. O Beto já estava, de fato, beeeeem mais pra lá do que pra cá, em versão Bela Adormecida, trêbado, falando um monte de besteiras e, literalmente, babando. E, finalmente, a última das profissionais pulava com a mão no joelho, que sangrava por ter sido batido com força na quina da mesa e era, afinal, o motivo de tantos gritinhos.

O Beto, como não se lembra de nada, mal sabe que esteve a segundos de ser considerado um grande atleta da alcova. Ao invés disso, hoje ele é mencionado como sendo “um homem que faz a mulher gemer”. Para bom entendedor, isso basta...

Quem é doido de ter uma “performance” dessas?

16 de agosto de 2006

Sacanagem...


Em seu camarote no Campo Grande, o então presidente do Bahia, Marcelo Guimarães, assistia ao Carnaval, alheio às preocupações com o time caindo caindo pelas tabelas de mais um campeonato. Copo de uísque na mão, olhar tranquilo, debruçava-se sobre uma enorme bandeira do Bahia que ia até o chão. Ao apoiar-se nela, sentiu que alguém, lá embaixo, puxava a bandeira na tentativa de chamar-lhe a atenção. Estando ali ao lado, com meu primo e alguns amigos, comecei a observar. Lá de cima, Marcelo olhou para baixo e um rapaz, com a mão no peito, começou a tecer-lhe elogios:

- Você é o melhor presidente que o Bahia já teve! E esse time que você montou, Marcelo? Timaço! Obrigado mesmo, de coração!

Visivelmente emocionado, talvez por estar (justificadamente) desacostumado aos elogios, ele tenta responder:

- Obrigado! Você é Bahia de verdade!

Ao que responde o engraçadinho, transformando-se naquele exato instante em um de meus ídolos:

- Bahia porra nenhuma! Eu sou Vitória! Obrigado, Marcelo! Valeu mesmo! Continue assim!

Até o próprio Marcelo, constrangidíssimo, reuniu-se a todos à sua volta que, por mais Bahia que fossem, não puderam resistir a uma piada tão bem-feita em pleno Carnaval e riam de ficar sem ar da cara do Marcelo, a legítima cara de bunda... bom, tem o senador Robert Bunda também (não lembra? Olha ele aqui), mas a do Marcelo não ficou a dever nada. Até hoje eu rio quando lembro disso. Tomara que um dia o Eurico Miranda cruze meu caminho para poder dizer a mesma coisa para ele...

Quem é doido de cair numa pegadinha dessas?

15 de agosto de 2006

Idéia de jerico


Todos os meus 13 leitores devem estar cansados de saber quer não se deve beber e dirigir. Afinal, o risco de se derramar a preciosa cerveja é muito alto e não compensa. Mas agora os problemas de quem bebe e dirige podem estar chegando ao fim. Uma empresa americana (óbvio...) chamada Cruzin Cooler acaba de lançar um produto homônimo que permite ao bebum moderno deslocar-se sempre com a sua cervejinha gelada à mão. Trata-se de uma prosaica caixa térmica, dessas que tem em todo churrasco, com um motor adaptado, cerveja na parte de dentro da caixa e um babaca por cima. Disponível em várias cores, em versões elétrica e a gasolina, o Cruzin Cooler também pode ser adaptado para, por exemplo, puxar seu cachorro num reboque extra (vendido à parte, é claro...).

Interessou? Quer se tornar um profissional na arte de beber e dirigir? Veja como adquirir seu sensacional Cruzin Cooler aqui, no site da empresa. Só não me chame para dar uma voltinha. Muito menos no reboque. Sabe como é, eu tenho uma reputação a zelar...

Quem é doido de gastar dinheiro numa tranqueira dessas?

14 de agosto de 2006

Atualizando...

Se algum dos meus 13 leitores ficar curioso para saber como terminou a história com as Americanas.com publicada aqui, informo que recebi e-mail dos canalh... quer dizer, dos caras, se oferecendo para devolver meu dinheiro. Após uma loooooonga espera, consegui informar meus dados para reembolso. Disseram que ainda deve demorar até (mais) dez dias. Para um pedido que deveria ter sido entregue no dia 28 do mês passado, não está nada mal, não é? Pelo visto, nada é rápido por lá...
É, meu amigo: pense duas vezes antes de comprar pelas Americanas.com. Quando dá certo, é ótimo. Mas quando dá errado, é um perrengue danado pra conseguir falar com os caras, pedir seu reembolso, etc. Uma zona!

Quem é doido de acreditar nas Americanas.com?

11 de agosto de 2006

Pílulas de sabedoria


Chefe é que nem nuvem: quando não aparece, o dia fica lindo.

10 de agosto de 2006

O dia em que Piquet se vingou



Inaugurando a fase multimídia deste blog (êita que nóis tá chique!) coloco para vocês um dos mais engraçados momentos da F-1. Talvez alguns de meus 13 leitores não sejam tão fãs de automobilismo ou não tenham uma memória tão confiável assim para lembrar deste episódio: em 1982, Nelson Piquet liderava com folga o GP da Alemanha quando foi ultrapassar o retardatário-retardado Eliseo Salazar, um chileno que ficou mais famoso por este episódio do que por todo o resto da carreira. Sem perceber a manobra de Piquet, Salazar dá uma fechada nele e acabam os dois na grama, fora da corrida. Piquet ficou tão irritado que antes mesmo de o carro parar completamente ele já está desabotoando o cinto de segurança e partindo para tomar satisfações com a "chicane ambulante". Não sei o que Salazar falou para ele, mas o Nelson se enfureceu ainda mais e encheu o cara de porrada! A sorte do Salazar é que ele estava de capacete e pilotos de F-1 não são exatamente reconhecidos por suas habilidades pugilísticas. Mas o que pouca gente sabe é que essa história continuou. E, mais uma vez, apelo à máxima de mestre Nelson Rodrigues para lembrar que, "se os fatos não confirmarem a história, pior para os fatos"...
Na sequência desta verdadeira luta-pastelão, os dois, Piquet e Salazar, voltavam a pé para os boxes de Hockenheim, um dos circuitos onde a extremidade sul da pista fica mais longe da extremidade norte. Ou seja: os caras iam ter que andar, "paletar" um bocado, como se diz na Bahia. Mas eis que a direção de prova resolve ajudar e manda uma van apanhar os dois para levar de volta aos boxes. Estão os dois caminhando com a distância de alguns metros entre eles quando a van enconsta no Piquet e diz a ele para entrar, que irão levá-lo aos boxes. Aceitando a carona, Nelson ocupa o assento da frente e segue na van até que esta pára mais adiante, ao lado do chileno que estava levando uns catiripapos do Piquet minutos antes. Piquet fica louco da vida, diz que não vai na mesma van que o Salazar e o alemão que dirigia o veículo, alemão que era, diz a ele que não pode fazer nada, ordens são ordens e ele levará os dois. Nelson rapidamente trava por dentro a porta corrediça da van e impede que o chileno entre. Virando-se para o motorista, avisa que Salazar está tendo problemas com a porta e espera que o tedesco desça para ajudá-lo a abrir. Enquanto os dois estão às voltas com a porta que não abre, Piquet, sendo mais Piquet do que nunca, pula para o assento do motorista, liga a van e acelera, deixando para trás o atônito funcionário do autódromo e o colega roda-presa, que acabaram tendo que andar todo o caminho de volta, já que Piquet guardou a chave da van para ter certeza de que o chileno não ia ter moleza. Convenhamos, até que ficou barato pelo tamanho da besteira que ele fez. Salazar deve ter sido a inspiração para o slogan "Keep walking"...
É por essas e outras que eu era e sou fãzaço do Piquet. Afinal, que graça tem ser campeão da F-1 e milionário se você não pode aproveitar tudo isso fazendo uma loucura de vez em quando? Ou de vez em sempre...

Quem é doido de mexer com Nelson Piquet, tricampeão da F-1?

9 de agosto de 2006

Quero ver Cuba lançar!


Com a recente doença do Fidel, não voltaram apenas as lembranças das transições de poder na antiga União Soviética, mas também os infames trocadilhos com o nome do país e uma série de piadinhas sobre Fidel, o ex-guerrilheiro, comandante da revolução, o homem que levou o povo ao poder e, pouco tempo depois, retirou o poder deste mesmo povo, concentrando-o nas próprias mãos, de onde levou 47 anos para sair, tranferido “apenas temporariamente” ao irmão, Raul. Depois de liderar a luta em Cuba ao lado de Che Guevara, os dois acabaram por tomar rumos diferentes: Che acabou virando camiseta e loja de produtos com seu nome (veja aqui), enquanto Fidel acabou por se tornar um patético ditador, como outros tantos que fizeram a América Latina ser conhecida como um continente de "repúblicas das bananas".
Mais do que um perfeito intérprete do Papai Noel, Fidel tornou-se uma caricatura de si mesmo, viajando pelo mundo e até substituindo de vez em quando seu uniforme verde-oliva por um bem-cortado terno e fazendo de conta que ainda era o guerrilheiro que uniu um país, enquanto o mundo fazia de conta que acreditava nele, embora todos saibam muito bem que Fidel pertence com todos os méritos à categoria dos ditadores que não querem outra coisa senão perpetuar-se no poder. Se por um lado é verdade que há em Cuba avanços formidáveis nas áreas da educação e da saúde, não é menos verdade que a liberdade há muito tempo foi-se embora de lá, deixando o povo à mercê do famoso “paredón” quando contraria o “comandante”.
A Revolução Cubana é o típico exemplo de algo que começou bem e acabou muito mal. Infelizmente, o mundo ainda ficou por ver o tal “socialismo com liberdade”. A prática provou que ou se tem socialismo ou se tem liberdade. Lamentável.

Com a doença de Fidel, voltam à memória os “resfriados” que de vez em quando acometiam os dirigentes da antiga União Soviética e acabavam por levá-los à morte. Dizia-se que a pior coisa que podia acontecer a alguém na ex-URSS era pegar um resfriado, porque daí era direto para o caixão. Mas a versão oficial era sempre algo simples, banal, como um resfriado ou uma gripe, mesmo que o problema fosse uma tentativa de golpe de estado ou um assassinato. “As condições do camarada secretário-geral são estáveis”, diziam. E não deixava de ser, afinal nenhuma condição é mais estável do que a de um morto...
Dizem que as condições do Fidel são estáveis... a conferir.

Uma das histórias que voltaram a ser contadas foi esta: dizem que depois de morto, Fidel foi levado ao Céu, onde encontrou-se com São Pedro. Ao saber de quem se tratava, São Pedro horrorizou-se:

- Fidel Castro? De Cuba? Você só tem me dado trabalho! Esses seus paredóns já me fizeram trabalhar em muitos finais de semana! E os perseguidos? Além de tudo, o Chefe não gostou muito do que você fez com a Igreja em Cuba... Aqui você não entra! Pode pegar o elevador para o subsolo!

E lá se foi o Fidel, correndo, para o inferno. Lá chegando, foi efusivamente saudado por Satanás em pessoa, com direito a tapete vermelho e honras de chefe de estado:

- Fidel, meu amigo! Há anos espero esse dia! Seu lugar está reservado há anos! Seja bem-vindo e conte-me tudo sobre esses tais paredóns...

Fidel então percebe que esquecera suas malas no céu, mas Satanás se prontifica a ajudar:

- Não se preocupe, amigo! Mandarei agora mesmo um pessoal para buscar suas malas!

Ele manda, então, quatro diabinhos para recuperar a bagagem do Fidel. Chegando ao céu e vendo a enorme fila para falar com São Pedro, um dos diabinhos sugere:

- Que mané fila, rapá? Vamos pular essa cerca e pegar a mala na marra, mesmo.

Ao perceber os diabinhos pulando o muro, São Pedro comenta com o arcanjo Gabriel:

- Olha que coisa, Gabriel! Não faz nem dez minutos que eu mandei o Fidel para o inferno e já começaram a chegar os refugiados...


Quem é doido de passar tanto tempo sem largar o osso?

Perguntar não ofende


Quando um deputado ou senador telefona e chama umas prostitutas, é uma festinha da pesada ou uma reunião de família?

4 de agosto de 2006

Espertinho


Na sala de lazer da empresa, o sujeito lança o desafio a uma funcionária, digamos, privilegiada pela natureza:

- Quer apostar que eu consigo pegar no seu peito sem tocar na sua blusa?

Diante da impossibilidade descrita por Newton de dois corpos ocuparem o mesmo lugar no espaço ao mesmo tempo, a gostos... quer dizer, a moça, não teve dúvidas:

- Está apostado!

E o sujeito, metendo sem cerimônia a mão no bem nutrido seio da criatura, por cima da blusa mesmo:

- Droga, perdi...

Quem é doido de fazer uma aposta dessas? E de perder uma chance dessas?