9 de agosto de 2006

Quero ver Cuba lançar!


Com a recente doença do Fidel, não voltaram apenas as lembranças das transições de poder na antiga União Soviética, mas também os infames trocadilhos com o nome do país e uma série de piadinhas sobre Fidel, o ex-guerrilheiro, comandante da revolução, o homem que levou o povo ao poder e, pouco tempo depois, retirou o poder deste mesmo povo, concentrando-o nas próprias mãos, de onde levou 47 anos para sair, tranferido “apenas temporariamente” ao irmão, Raul. Depois de liderar a luta em Cuba ao lado de Che Guevara, os dois acabaram por tomar rumos diferentes: Che acabou virando camiseta e loja de produtos com seu nome (veja aqui), enquanto Fidel acabou por se tornar um patético ditador, como outros tantos que fizeram a América Latina ser conhecida como um continente de "repúblicas das bananas".
Mais do que um perfeito intérprete do Papai Noel, Fidel tornou-se uma caricatura de si mesmo, viajando pelo mundo e até substituindo de vez em quando seu uniforme verde-oliva por um bem-cortado terno e fazendo de conta que ainda era o guerrilheiro que uniu um país, enquanto o mundo fazia de conta que acreditava nele, embora todos saibam muito bem que Fidel pertence com todos os méritos à categoria dos ditadores que não querem outra coisa senão perpetuar-se no poder. Se por um lado é verdade que há em Cuba avanços formidáveis nas áreas da educação e da saúde, não é menos verdade que a liberdade há muito tempo foi-se embora de lá, deixando o povo à mercê do famoso “paredón” quando contraria o “comandante”.
A Revolução Cubana é o típico exemplo de algo que começou bem e acabou muito mal. Infelizmente, o mundo ainda ficou por ver o tal “socialismo com liberdade”. A prática provou que ou se tem socialismo ou se tem liberdade. Lamentável.

Com a doença de Fidel, voltam à memória os “resfriados” que de vez em quando acometiam os dirigentes da antiga União Soviética e acabavam por levá-los à morte. Dizia-se que a pior coisa que podia acontecer a alguém na ex-URSS era pegar um resfriado, porque daí era direto para o caixão. Mas a versão oficial era sempre algo simples, banal, como um resfriado ou uma gripe, mesmo que o problema fosse uma tentativa de golpe de estado ou um assassinato. “As condições do camarada secretário-geral são estáveis”, diziam. E não deixava de ser, afinal nenhuma condição é mais estável do que a de um morto...
Dizem que as condições do Fidel são estáveis... a conferir.

Uma das histórias que voltaram a ser contadas foi esta: dizem que depois de morto, Fidel foi levado ao Céu, onde encontrou-se com São Pedro. Ao saber de quem se tratava, São Pedro horrorizou-se:

- Fidel Castro? De Cuba? Você só tem me dado trabalho! Esses seus paredóns já me fizeram trabalhar em muitos finais de semana! E os perseguidos? Além de tudo, o Chefe não gostou muito do que você fez com a Igreja em Cuba... Aqui você não entra! Pode pegar o elevador para o subsolo!

E lá se foi o Fidel, correndo, para o inferno. Lá chegando, foi efusivamente saudado por Satanás em pessoa, com direito a tapete vermelho e honras de chefe de estado:

- Fidel, meu amigo! Há anos espero esse dia! Seu lugar está reservado há anos! Seja bem-vindo e conte-me tudo sobre esses tais paredóns...

Fidel então percebe que esquecera suas malas no céu, mas Satanás se prontifica a ajudar:

- Não se preocupe, amigo! Mandarei agora mesmo um pessoal para buscar suas malas!

Ele manda, então, quatro diabinhos para recuperar a bagagem do Fidel. Chegando ao céu e vendo a enorme fila para falar com São Pedro, um dos diabinhos sugere:

- Que mané fila, rapá? Vamos pular essa cerca e pegar a mala na marra, mesmo.

Ao perceber os diabinhos pulando o muro, São Pedro comenta com o arcanjo Gabriel:

- Olha que coisa, Gabriel! Não faz nem dez minutos que eu mandei o Fidel para o inferno e já começaram a chegar os refugiados...


Quem é doido de passar tanto tempo sem largar o osso?

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