28 de maio de 2009

Surfista, né?


Ana Luíza, colega blogueira e uma de meus 13 leitores, comenta no seu excelente blog "Vou Buscar o Carrasco" uma teoria interessante sobre o fato de que nem japonês funciona direito na Bahia (veja o blog aqui e essa postagem específica aqui). Interessante.

Isso me lembrou uma vez em que eu sacolejava em um ônibus soteropolitano onde se sentavam dois japoneses em dois bancos contíguos. Até aí, beleza. Mas, surfistas que eram, levavam também suas pranchas, comodamente instaladas nas duas cadeiras à frente. Ou seja: ocupavam quatro assentos, dois deles reservados (e indicados por placas, daquelas de símbolos, que o sujeito consegue entender qualquer que seja seu idioma) a deficientes, gestantes e idosos. Que o baiano não respeite essas placas e deixe mofando em pé indiscriminadamente deficientes, gestantes e idosos, é fato. Com o qual, apesar de se lamentar profundamente, acostuma-se, tal a frequência com que ocorrem nesta terra onde ir em pé no ônibus "é coisa de oreba" e, aliás, andar por si só já é coisa de quem não foi esperto o bastante para conseguir ir sem fazer força. Força é para os fracos! Mas que os dois japoneses tenham esquecido completamente as boas maneiras e a extrema civilidade com que se comportam os súditos do Imperador Akihito é que é de se estranhar. Nem parecia que vinham de um país onde uma das maiores vergonhas que o sujeito pode passar é ter sua atenção chamada por um guarda ou uma autoridade e onde cada poste tem um cinzeiro, já que jogar mesmo uma cinza no chão dá multa.
Pois lá estavam os dois japas folgados, ônibus lotado, gente saindo pelo ladrão, conversando tranquilamente em japonês e se lixando para os idosos que se acumulavam à sua frente e olhavam alternadamente para eles e para as pranchas ocupando os bancos, com cara de "esse lugar é meu". Nada. Nem sequer tentaram colocar as duas pranchas em um só banco, liberando ao menos um assento. Para sorte deles, não falavam português, pelo menos não o suficiente para enteder "japonês folgado da desgraça", "tomara que sua mãe ande de ônibus", "daqui a pouco sento em cima dessas merdas de prancha e fodam-se esses gringos" ou mesmo um sutil "feladaputa". Antes de descer, perguntei se falavam inglês. Lógico, falavam. Disse apenas "tem uma placa do seu lado. Você consegue ler?". E desci sem nem esperar o resultado (vai que um deles é um surfista ninja e resolve me dar um roundhouse kick a la Chuck Norris...).

Talvez isso corrobore a teoria de Ana Luíza de que nem japonês funciona direito na Bahia. Ou talvez seja simplesmente porque os dois manés eram surfistas e não foram capazes de entender uma simples placa. Também pode ser...


Quem é doido de não se indignar com certas (e muitas!) coisas na Bahia? E quem é doido de não se indignar com um japonês folgado?

26 de maio de 2009

Esteira ergométrica: uma viagem sem ida




Vamos encarar os fatos friamente, sem meias-palavras: o sujeito que chegou hoje em casa, todo feliz, com sua nova esteira ergométrica, imbuído do mais sincero objetivo de mudar de vida, mudar de atitude e ser, finalmente, um cara atlético e/ou em forma é o mesmo cara que daqui a um tempo que se situa entre um e seis meses (dependendo do ânimo inicial) irá descobrir-se dono de um mal-ajambrado cabide, onde roupas esperarão a sua vez de ir para o armário e objetos irão se acumular dando à sua outrora imponente esteira ergométrica, velha companheira de uma vida nova que nunca veio, um destino semelhante ao destino de suas congêneres pelo mundo, a menos que elas estejam instaladas numa academia (neste caso, há um revezamento de ânimos, mas repare que o sujeito que estava nela há alguns meses já foi susbtuído por outro e este por outro e assim vai... a esteira é a mesma, mudam os caras em cima dela, substituindo-se os de ânimo arrefecido pelos recém-chegados de ânimo renovado). Me desculpem se algum (ou alguns) entre meus 13 leitores se encontra(m) entre os adeptos de tal tipo de tortura, mas esteira ergométrica é, literalmente, uma viagem sem ida. Sem-graça, desestimulante, desinteressante e, ainda por cima, perigosamente parecida com aquele estranho motor da arca do Zé Colméia, onde o gorila Maguila corria em cima de uma dessas a fim de garantir à arca o movimento de suas hélices. Quando precisavam de mais força, baixavam um cacho de bananas em frente ao pobre gorila e ele punha-se a correr mais. Sempre achei que as pessoas ficam com cara de Maguila correndo em esteiras.
E se meus 13 leitores acham estranha essa súbita menção a esteiras ergométricas é porque acabo de descobrir que elas também são perigosas. E muito! A filhinha do boxeador Mike Tyson foi encontrada enforcada por um cabo de uma dessas famigeradas esteiras e encontra-se entre a vida e a morte num hospital (veja a notícia aqui). Mike Tyson já ficou de ter uma "conversinha" com a homicida em potencial e promete dar-lhe um corretivo. Se depois disso alguém ouvir falar em uma esteira ergométrica sem orelhas...

Por isso, se você quer mudar de vida, entrar em forma, mudar seus hábitos e se tornar uma nova pessoa, aproveite essa enorme esteira ao ar livre que tem em frente ao mar chamada orla marítima (se na sua cidade não tem orla marítima, certamente há de ter ruas. Se não tiver nem rua, deve ter ao menos uma chave... para fechar tudo e se mudar daí...) e mude de vida e de hábitos sem precisar empatar seu dinheiro num aparelho desnecessário, enfadonho, cujo destino é tornar-se um "cabide fitness" e que pode ainda machucar seriamente as pessoas. Corra de esteiras ergométricas. Mas corra na rua, mesmo, que se correr numa delas, além de não sair do lugar, você ainda ficará parecido com o Maguila (o gorila, não o boxeador). Vai uma banana aí?


Quem é doido de correr, correr e correr sem sair do lugar?


Adendo em 27 de março: conforme bem lembrado por um de meus 13 leitores, a menina, que Deus a tenha, não resistiu à sanha assassina da esteira e veio a óbito. Mas o Gilmar Mendes já deu um habeas corpus para a esteira e ela não deve ir para a cadeia...

22 de maio de 2009

Pringles: compre batata, leve farinha


Acabo de ver (veja também aqui): a "batata" Pringles, embora tenha sido considerada pela justiça inglesa, após uma análise, como um produto de batata, na verdade, não tem nem 50% de... batata. Um país sério (a Inglaterra, no caso) pesquisou e descobriu. O motivo é que os engraçadinhos da Pringles estavam querendo se desobrigar a pagar um imposto que só teriam que pagar se a mesma fosse considerada um produto de batata. E aí, foi toda-toda à Justiça declarar-se, tal qual Odorico Paraguaçu, "uma não-batatista praticante e juramentada", dizendo que a Pringles é mais "um bolo ou biscoito" e querendo tirar seu corpitcho do pagamento dos tais impostos. Mas aí, a Justiça (que é inglesa e onde não tem um ministro no Supremo pra dar habeas corpus às batatas...) procurou, procurou e foi batata (trocadilho extremamente pertinente, convenhamos...): ou quase, já que só 42% da Pringles é batata mesmo. Mas o suficiente para ser considerado um "produto de batata" e pagar os impostos.

Por isso, meus 13 leitores, fiquem ligados na promoção da Pringles: compre batata e leve farinha.


Quem é doido de comprar uma batata que só tem 42% de batata? E quem é doido de escrever um post com a palavra "batata" aparecendo 11 vezes? 12, com a frase anterior...

15 de maio de 2009

Chora, Burrinho!



Um amigo me dizia: "O Rubinho ainda vai calar a boca de muita gente!".

Como assim? Ele não consegue calar nem a própria boca, vai querer calar a dos outros?

Aliás, meus 13 leitores viram o GP da Espanha? Alguém mais ficou com a sensação de que já tem um piloto número 1 na Brawn ou fui só eu? Alguém mais desconfia de que esse piloto NÃO é o Burrinho ou sou só eu?


Quem é doido de achar que ainda tem alguma coisa pra mostrar se nunca mostrou nada?

Veja Susan Boyle. Mas não me chame...


Para quem esteve passando uma temporada em Marte e não acompanhou, Susan Boyle é uma típica inglesa, em tudo o que se pode ser: é feia pra dedéu, tem dentes horrorosos, é solteirona e não é inglesa, mas escocesa (o que, os escoceses, irlandeses e galeses que me perdoem, dá no mesmo, é tudo gente que fala um inglês incompreensível para quem estudou o idioma de Shakespeare com o sotaque das américas). Até aí, poderia ser uma personagem de Agatha Christie, daquelas que religiosamente toma seu chá às cinco da tarde e janta às seis. Mas não é. Infelizmente, inclusive, porque livros ainda se pode parar de ler, mas parece ser impossível parar de ouvir falar nessa senhora. Ela é aquela mulher que chegou como quem não quer nada num programa de TV onde, pelas caras, não queriam nada com ela, também. Mas eis que a mulher começou a cantar. E, como canta muito bem (Deus não é injusto: nasceu feia, nunca deu "umazinha" na vida, era inglesa... alguma coisa de bom o Criador haveria de ter-lhe dado), virou celebridade da noite para o dia.

Agora, recebo a notícia de que está sendo cogitada para um papel no musical "O Fantasma da Ópera". Não é por nada, não, mas é uma jogada de mestre! Com ela no papel de fantasma, além de toda a mídia espontânea gerada, ainda há de se economizar quilos de maquiagem. Taí, gostei da ideia.

Pronto, falei da Susan Boyle. Alguém mais ainda aguenta falar dela?

Quem é doido de não estar de saco cheio com esse papo de Susan Boyle?

11 de maio de 2009

Desenhando, dá!


Do ministro da Defesa, Nelson Jobim, que debateu com o presidente as demissões na INFRAERO: "Todo o desenho feito pela Infraero, apoiado pelo Ministério da Defesa em relação às demissões, foi aprovado".

Ah, bom. Desenhando, o "hômi" entende... Porque não desenharam a crise para ele???

Não entendeu? Quer que eu desenhe?