23 de fevereiro de 2006

Cara-de-pau


Recém-chegado à Bahia, ainda desacostumado com o novo ritmo de sua vida, o sujeito pára em uma banquinha dessas que vendem de tudo (na Bahia, além das revistas e jornais, as tais bancas vendem frutas, verduras, balas, chocolates, chicletes, cigarros, produtos de limpeza e o que mais se puder imaginar). Verão, calor batendo, ele pede uma Coca-cola para refrescar. Quando recebe a garrafa, percebe aquelas partículas pretas no fundo da garrafa, sinal de que a Coca-cola já estava velha. Ele chama a dona da barraca e pede a substituição da garrafa. Ela vem, apanha a garrafa, olha longamente com cara de cientista, observa contra a luz e, devolvendo-a, dá seu veredito com a maior cara-de-pau:
- Pode beber sem medo, freguês! Isso aí é pedacinho da fruta.

Quem é doido de achar que Coca-cola tem pedacinho de fruta dentro?

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