13 de fevereiro de 2012

Brune, uma concessionária Renault que não entende nada de Renault

Sandero Stepway: nem se emplogue, é bonitinho, mas ordinário...
    Era para ser um sábado legal. Dona Volante, apesar da greve dos PMs na Bahia, recebeu ligação da Brune, concessionária onde havia comprado seu carro novo, um Renault Sandero Stepway, dizendo que poderia ir buscá-lo. E lá foi ela, feliz da vida, já antecipando a felicidade de ter seu aguardado novo carro em mãos. Mas a Brune, concessionária Renault localizada na avenida Paralela, Salvador, não estava disposta a dar este gostinho a ela.
    Para começar, o vendedor, outrora tão solícito e disponível, agora que o carro já estava vendido simplesmente transferiu a tarefa de atendê-la a uma tal "gerente de entrega", de prenome Paula, que nunca aparecia para atender dona Volante. Após uma loooooonga espera de cerca de uma hora e meia, em que funcionários se dividiam na tarefa de sentar à nossa frente na mesa e fazer de conta que estávamos sendo atendidos, fomos chamados pela tal Paula a ver o carro. Que, aliás, estava em exposição na concessionária, totalmente aberto, apesar de estar vendido, sendo sentado por uma série de "nádegas indevidas", como diria Jânio Quadros. Foi a nossa reclamação sobre as tais "nádegas indevidas"que trouxe à tona o primeiro problema: dona Volante pediu para que o carro fosse trancado, para que ninguém ficasse mexendo no que não lhe pertence, mas ninguém conseguia encontrar a chave do mesmo. Procura daqui, procura de lá (e mais uma loooonga espera) e, finalmente, a tal Paula apareceu para dizer que a chave havia sumido. Assim, na maior cara limpa. Segundo ela, perdida no transporte e, portanto, culpa da montadora, a Renault. O jeito, segundo ela, era levar a chave reserva (que não aciona o alarme) e esperar até a segunda, quando, segundo ela, um funcionário faria a codificação da nova chave. Mas os problemas não acabaram por aí. Alertada por dois meninos que corriam em volta do carro procurando defeitos, dona Volante teve sua atenção chamada para um pequeno risco no lado esquerdo do carro. Coisa boba, mínima, mas inaceitável num carro zero-quilômetro. Mal sabia ela que, na verdade, era uma sortuda: um homem que também havia ido buscar seu carro novo, um Clio, saiu de lá xingando a tudo e a todos quando percebeu que a Brune tentava lhe empurrar um carro com uma mossa enorme no teto e pintura arranhada, como se tivesse caído um coco em cima. E a Brune insistia com ele que isso era bobagem, que bastava levar o carro até lá de novo na segunda que o "probleminha" seria consertado. O homem, claro, não aceitou. Portanto, o que é um risquinho bobo perto de um amassado de coco no teto do seu carro zero? Para a Brune, não é nada (como aliás, não é nada entregar um carro zero a um cliente com um amassado no teto).
    Bom , chame dona Volante de cri-cri, se quiser, mas ela fazia questão de receber aquilo por que havia pago: um carro zero, sem defeitos e funcionando perfeitamente. E isso também não incluía as bolhas que os incompetentes zelosos funcionários da Brune deixaram ficar entre a película e o vidro. O que elevava a dois os defeitos do carro zero. Quanto mais cobrávamos uma resposta, mais se esforçavam em enrolar a situação: "a senhora traz o carro na segunda que em no máximo uma manhã tudo se resolve", prometia a tal Paula. Sem alternativa, dona Volante aceitou a postergação, já que havia acabado de entregar seu carro antigo como parte do pagamento e não queria ficar sem meio de transporte durante um fim de semana. Então, pensou em relaxar um pouco ouvindo o aparelho de som de seu novo carro. Novo problema: o aparelho de som necessitava de um código para desbloqueio, algo que, segundo a corja equipe da Brune, seria fácil de arranjar, já que bastaria acessar a internet para baixar o tal código de segurança. Coisa de minutos. Nova espera (tão loooonga quanto as anteriores) e, finalmente, chegou a informação de que ninguém ali conseguia ter acesso ao tal código e que o remédio seria (adivinhou?) esperar até segunda, quando um funcionário desbloquearia o aparelho com o código correto.
    Já sem paciência, dona Volante pediu para falar com o gerente geral, coincidentemente de prenome Paulo. Apesar de ser sábado e ainda haver clientes esperando atendimento (e reclamando pela péssima qualidade do mesmo), o tal Paulo estava em horário de almoço. Foi então solicitado o telefone do mesmo para que um contato fosse feito, explicando as razões de dona Volante estar tão insatisfeita com a Brune. Uma apreensão geral foi percebida nos olhos dos funcionários: muito sem graça, um deles explicou que o sr. Paulo, gerente geral da Brune, proibia expressamente que seu número fosse passado a clientes (pasmem!), sendo a solução o próprio funcionário ligar para ele, de seu celular pessoal, e passá-lo a dona Volante para ela que falasse com o omisso sujeito. Que, óbvio, fez aquele número "eu não sabia, vou tomar providências". Chegou até a enganar dona Volante com o discurso. Mas a única diferença é que dona Volante passou a ser, de fato, atendida (até porque já era tarde e a maioria dos clientes havia ido embora e os funcionários estavam sem nada para fazer). Mas nenhum dos problemas apontados teve solução imediata. Como era tarde e ela já havia passado mais de três horas na Brune, resolveu ir embora, confiante que tudo seria resolvido na segunda, conforme prometido.
    Veio a segunda-feira, apenas para que dona Volante compreendesse porque falam tão mal das concessionárias da Renault. Através da Morena, concessionária Ford que faz parte do mesmo grupo da Brune, um funcionário foi enviado para resolverer os problemas, mas depois de uma manhã dona Volante foi informada de que a chave continuaria sem solução, já que ninguém sabia como codificá-la. O som foi igualmente um mistério para os técnicos, que mexeram nele por horas, tentando centenas de códigos, mas continuaram sem saber como fazê-lo funcionar (alô, Renault, que tal enviar uns manuais de instrução para o pessoal da Brune aprender a mexer em carros da marca que eles vendem? Parece uma boa ideia...). Novo prazo foi pedido para resolver tudo. Alguns dias depois, um técnico (que informou ser terceirizado) resolveu o problema da chave (que funciona, apesar de ser extremamente difícil retirá-la do contato, um problema recorrente no modelo, segundo apurou dona Volante).  Parece que a Brune, finalmente convencida de que seus funcionários não entendem nada de Renault, passou o serviço a alguém de fora. Alguém este que resolveu o problema. Pelo menos este problema. E as bolhas, já que parece que os bolhas dos funcionários e as bolhas da película se entenderam bem. Os outros? Bom, basta dizer que faz dez dias que não fazem outra coisa a não ser enrolar dona Volante.
   Agora, ela acaba de ser informada que o aparelho de som deverá ser retirado totalmente do carro (deixando um bonito buraco no meio do painel de um carro que, vale a pena lembrar, é zero-quilômetro) e enviá-lo à assistência técnica, fora da Bahia, já que ninguém na Brune ou na Morena conseguiu resolver o problema. Claro que é exigir muito de uma concessionária Renault que entenda como funciona um Renault. E, é claro, eles não têm um aparelho novo em estoque (como aliás, não têm estoque de peça nenhuma, problema recorrente da Renault no Brasil) para substituição. O som que não funciona e o arranhão continuam lá, firmes e fortes, esperando uma solução. O que, pelo visto vai demorar mais do que o atendimento na Brune.
    Cansada, dona Volante decidiu: vai processar a Brune por danos morais. O que, provavelmente, será mais rápido do que os prometidos consertos no carro. Pelo menos o carro deve ter conserto. Já uma empresa como a Brune...

    Vai comprar um carro novo? Não compre um Renault. E, se comprar, pelo menos não o faça na Brune. Além da dor de cabeça, você ainda pode ganhar um carro com amassado de coco no teto...


    Quem é doido de tratar assim um cliente? Ou melhor, ex-cliente, porque dona Volante não quer mais conta com a Brune. Só na Justiça.

Um comentário:

Marcelino Lima disse...

O que aconteceu com a Dona Volante não fica muito longe de outras concessionárias da marca em Goiânia, haja vista que o meu carro já deu entrada para tirar barulho no painel e portas, resolver o problema da abertura da tampa do combustível, cujo sistema não funciona corretamente, pane no alternador que teve que ser trocado aos 28.500km, sensor de ré que funciona quando quer, parachoque traseiro com amassado dentro da concessionária (estão instalando outro), enfim, problemas que te tomam tempo e, principalmente, desgaste emocional com discussões com o gerente de oficina.