31 de março de 2006

O dorminhoco


Um de meus amigos, o Dino, tem uma característica ímpar: ele tem ataques de sono igualzinho ao Garfield. Ele está ali, conversando com você em um minuto e no outro já está cochilando. Era famoso na faculdade por sua capacidade de dormir em qualquer lugar, a qualquer hora, embora ele insistisse que não era bem assim. Um dia, a turma da faculdade encontrou-se em um boteco para uma cervejada e começou um animado jogo de palitinho, também conhecido como porrinha, aquele em que se tenta adivinhar quantos palitos as pessoas têm escondidos nas mãos. Jogador medíocre de palitinho, o Dino perdeu umas quatro ou cinco partidas seguidas e teve que pagar a prenda combinada: beber um copo de cachaça a cada rodada. Como estava mesmo a fim de beber, ele nem se incomodou de perder. Não demorou muito e, como era de esperar, lá estava o Dino roncando na cadeira do bar. Não satisfeito, juntou quatro cadeiras no canto da mesa e deitou-se para tirar sua soneca mais confortavelmente. Brincalhão, o pessoal, resolveu tentar acordar o Dino de maneira sutil: cada um pegou um palito de dentes e passou a espetar o coitado para ver quanto tempo ia demorar para ele perceber que não o deixaríamos dormir. Não deu em nada. O cara tinha um sono de pedra! Depois de meia hora espetando o Dino, desistimos, pedimos a conta e fomos acordá-lo para ir embora. Apesar de estar 50% bêbado e 50% sonolento, ele deu um pulo da cadeira e comentou:
- Ainda bem que já vamos! Nunca vi tanto mosquito como neste bar. Estou cheio de mordidas...
O pessoal achou melhor nem tentar explicar nada. O Dino ficou sem entender porque todo mundo riu dos “mosquitos” do bar...

Quem é doido de dormir assim?

Nenhum comentário: