31 de março de 2006

O dorminhoco 2


É impossível falar do Dino e lembrar de apenas uma de suas muitas aventuras nos braços de Morfeu. Uma das mais famosas, além da dos “mosquitos” é esta que passo a contar. Era um trabalho importante da agência onde o Dino estagiava e ele foi destacado para acompanhar a gravação de um jingle em um estúdio da cidade. A gravação entrou pela noite e, lá pelas tantas, com as bases já gravadas, começaram a fazer a edição. Foi quando o produtor pediu silêncio para poder ouvir a versão final. Com seus aguçados ouvidos, logo percebeu que algo não estava normal:
- Tem um som esquisito vazando aqui.
Para aqueles entre os meus 13 leitores pouco familiarizados com o jargão, vazar um som quer dizer que o microfone captou alguma coisa além da música e das vozes. Mexe daqui, mexe dali, ele conseguiu isolar o som em um dos canais da gravação e colocou para tocar. Uma estranha vibração era claramente audível. E, quando foram ouvir o material todo, descobriram que o ruído estava presente em TODOS os takes. Foi um bafafá danado, checaram todo o equipamento, trocaram o microfone do estúdio e foram fazer um teste final. Esvaziaram o estúdio, fecharam a porta à prova de som e ligaram o microfone. O ruído continuava sendo captado, não tinha jeito. A solução era esvaziar o estúdio completamente, retirando tapetes, bateria, instrumentos, cadeiras, microfones, tudo.
No meio da operação, qual não foi a surpresa de todos ao encontrarem o Dino deitado atrás de uma caixa de percussão, dormindo a sono solto e roncando, roncando muito. Estava explicada a estranha vibração que o microfone captava: “Rrrrrrrrrrrrrr, Rrrrrrrrrrrrrrr”. O castigo veio a cavalo: colocaram a bateria do lado do ouvido do Dino e um solo ensurdecedor de bateria fez com que ele quase morresse do coração ao acordar. Ainda com cara de sono, perguntou:
- E aí, acabou a gravação? Ficou boa?

Quem é doido de estragar uma gravação com um ronco?

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito boa essa. Ri muito. hahahaha