29 de março de 2006

O clandestino


Era uma daquelas ocasiões em que não dava mais para esperar e o sujeito resolve ir “passar um fax” no banheiro mais tranqüilo da empresa, o da sala de reuniões. Pega um jornal, apanha um cigarro e lá se vai ele, todo feliz. Aboleta-se no trono e, no meio da escatológica função, percebe que uma reunião de diretoria acabara de começar do outro lado da porta. Durante algumas horas ele fica confinado no minúsculo banheiro, torcendo para que nenhum dos participantes da reunião tivesse vontade de usar o espaço e sem poder fazer qualquer ruído que indicasse sua presença ali. Isso, é claro, incluía dar a descarga. Leu o jornal de cabo a rabo, inclusive os classificados, fez as palavras cruzadas e acabou adormecendo no chão do banheiro, onde foi acordado pelas batidas na porta da faxineira, que limpava a sala no fim do expediente. De tudo isso, porém aprendeu uma lição:
- Agora eu só vou ao banheiro com algum livro que sirva de travesseiro... fiquei com uma dor danada no pescoço!


Quem é doido de ir ao banheiro assim?

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