20 de julho de 2006

Motorista, olhe o poste!


Quando entrou na curva do Largo de Amaralina em alta velocidade, Tonico percebeu que tinha exagerado e que não haveria como evitar o acidente. E foi batata! Depois do típico barulho dos pneus freando, o barulho do carro de Tonico se chocando contra um poste foi o que ouviram os policiais do posto que ficava bem ao lado do tal poste. Meio atordoado, Tonico desce do carro para conferir os estragos quando os policiais se aproximam também. Olham o poste daqui, olham de lá, dão a volta para olhar do outro lado e, finalmente, decretam para o Tonico:
- É, amigo, o poste já era. O senhor vai ter que pagar pelo poste.
Mal sabiam eles que estavam lidando com um sujeito que, criado no Rio de Janeiro, tinha a lábia, a manha e simpatia dos malandros cariocas. Com calma, sem alteração, Tonico começa uma conversa que levaria mais de meia hora. Ao final deste tempo, já havia convencido os dois representantes da lei que nada havia a ser pago, uma vez que o poste ainda estava de pé e nem mesmo as luzes haviam se apagado. Já sem paciência com aquele falatório todo, um dos policiais resolve se livrar logo do Tonico:
- Ô, carioca, tá beleza, parta a mil, parta a mil.
Tonico, tentando parecer simpático, ainda se sai com esta:
- Eu vou, mas só porque o poste ta de pé, hein? É claro que eu pagaria se tivesse estragado ele...
E, entrando no carro, dá a partida e manobra o carro de ré. Mas, ironia do destino, foi só o carro se afastar meio centímetro do poste que este, sem sustentação, veio estrepitosamente ao chão, arrebentando o fio de eletricidade e deixando uma parte do bairro sem luz. Malandro que era, Tonico sabia que nem precisava esperar ninguém dizer nada e se adiantou:
- Tá, tudo bem, já sei: agora caiu mesmo... Quanto é que fica?

Quem é doido de andar de carro com o Tonico?

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