9 de agosto de 2007

Vai um cartão de crédito aí, freguês?




A insistente moça do cartão de crédito não parava de ligar. De manhã, de tarde e de noite, era ligação tentando convencer meu pai a ter o cartão de crédito cheio de vantagens para o qual trabalhava, mesmo que ele insistisse em afirmar que não o queria e que não desejava mais ser importunado por eles. Após uma dessas ligações, ele desabafa:

- Não sei o que fazer para esse pessoal não me ligar mais.

Me prontifiquei a ajudar e o plano já se arquitetava em minha cabeça:

- Eu ajudo. Tenho sua autorização para falar por você e fazer com que eles não liguem nunca mais?

- Se é pra eles não ligarem nunca mais, tem!

Foi só esperar. Quando ligaram, atendi e confirmei ser meu pai. Ofereceram o cartão novamente:

- Ô, Fulana, que bom! Aceito, sim! Pode mandar, claro! Acho ótimo vocês quererem me mandar um cartão, porque meu banco não quer me dar um. Só porque eu estou com o nome no SERASA e no SPC...

Fulana nem sequer teve o trabalho de ser delicada. Como se o interlocutor tivesse virado um sapo de um momento para o outro, pediu (rapidíssimas) desculpas e afirmou que, nessas condições, o tal do cartão pré-aprovado estava pós-reprovado.

- Mas não dá pra dar um jeitinho, Fulana? Isso seria muito importante para mim!

Desligou. Sem a menor delicadeza. E nunca mais ninguém do bendito cartão ligou para meu pai...

Quem é doido de tentar usar argumentos de gente com tubarões?

Um comentário:

Anônimo disse...

Só tu, mesmo, Marceleza! Difícil deve ter sido não rir na hora da conversa, hein?

Abs,

LSX