16 de dezembro de 2006

Te espero na saída...

Imaginem meus 13 leitores a seguinte situação: você é neto de um sujeito que é general, comandante do exército de seu país. Esse general e o presidente a quem ele fielmente servia, como manda a constituição do país, é deposto por um "colega" de farda, que assume o poder. Você foge e vai morar em outro país. Um belo dia, neste país, seu avô e sua avó vão sair de carro e o veículo explode, matando a ambos. Investigações confirmam que o ex-"colega" de seu avô está envolvido no caso. O que você faz?

Francisco Cuadrado Prats, neto de Carlos Prats, o general chileno que foi obrigado a se refugiar na Argentina após o golpe de Pinochet e explodiu no carro junto com sua esposa, esperou. Esperou anos e, após a morte de Pinochet, esperou horas na fila, em meio à multidão que queria olhar para os cornos do sujeito pela última vez. Quando chegou a sua vez de ficar em frente ao caixão, ele soltou uma senhora cusparada em cima do cadáver do assassino de seus avós e se retirou, calmamente, do local. Declarou apenas que havia "esperado muito por este dia". E lamentou não ter podido fazê-lo com Pinochet ainda vivo, pois este vivia se escondendo.

O QED? presta aqui sua homenagem. Afinal, atitudes como essa não poderiam ficar sem o devido reconhecimento.


Quem é doido de não achar esse Francisco Cuadrado Prats uma figuraça?

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