8 de junho de 2006

Estripulias de ano-novo


A festa do reveillon bombava e Nelson já estava pra lá de Marrakesh. Dançava e bebia, pulava e bebia, cantava e bebia, bebia e bebia. Como resultado óbvio e evidente, ficou muito bêbado. Já de madrugada, saiu da festa onde estava para “dar uma conferida” em outras festas de outros amigos. Já de manhãzinha, retornou em estado mais deplorável ainda para a festa anterior, a fim de buscar sua carteira e celular, que lá haviam ficado. Foi barrado pela segurança. Argumentou que já estava na festa, que só tinha dado uma saidinha. Não adiantou. Pediu para que chamassem o dono da festa e foi informado de que não havia festa. Mas como não havia festa? Não havia, explicaram, e mandaram que fosse embora. Não podia ir embora sem seus pertences, não poderia ligar para ninguém pois não tinha o celular consigo. Revoltou-se. Como assim, não tem festa? Deviam estar pensando que ele era otário. Nem a pau que ele pagaria de novo para entrar. Ora, não tinha festa. Era o que iríamos ver. Escalou o muro da casa com a habilidade e a destreza típicas do estado etílico em que se encontrava e, no meio do ágil movimento, foi agarrado pela perna pelo segurança. Tinha sido avisado, agora era para ir embora mesmo, advertia o segurança enquanto descia um cassetete nas costas do Nelson. Sem alternativa, correu, entrou no carro e foi embora, cantando pneu, ofendidíssimo. Parou no primeiro orelhão e ligou para o dono da festa para dizer-lhe umas verdades sobre seus seguranças. Atenderam no meio de uma enorme algazarra. Contou o que ocorrera. Impossível, disseram, estavam todos conversando na porta havia muito tempo, teriam visto ele chegar. Mas como assim, não viram? Nada. Despediu-se e desligou rápido o telefone. Entrou no carro e foi buscar a carteira e o celular. Dessa vez, não teve problemas. Pudera, dessa vez tinha acertado a casa...

Quem é doido de tentar entrar na casa errada?

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