9 de novembro de 2009

O dia em que o galo virou fumaça


Sexta-feira passada fui surpreendido pela surpresa de um amigo, flamenguista insuspeito, que me perguntava como eu podia deixar de assistir ao jogo do Mengão contra o Atlético Mineiro. "Logo contra o Atlético, jogo importante?", perguntava ele.
Pois é, lamentável mesmo, mas promessa é promessa. E promessa para Letícia é mais promessa ainda. E o prometido era irmos ver a Esquadrilha da Fumaça, cuja apresentação, tristemente, havia sido marcada para a mesma hora do jogo. Do segundo tempo, pelo menos. Mas como costuma encher muito, decidimos chegar mais cedo (sábia decisão!).
Mas e o Mengão? Ora, meu amigo Rodrigão que me desculpe, mas assistir jogo do Flamengo contra o Atlético achando que é uma guerra, uma batalha ou o que quer que seja é ter memória fraca. É não lembrar que todas as vezes que nos encontramos com a galinha monotítulo eles tremeram. Porque seria diferente ontem? Porque os caras estavam no desespero de ganhar da gente e transformaram uma partida de futebol em uma guerra, batalha de nervos, com direito a buzinaço e foguetório na porta do hotel para atrapalhar nossa vida? Bobagem, se eles querem lançar mão de subterfúgios de timecos do interior, time de várzea, problema deles. Mas querer que nós, flamenguistas, encaremos esse jogo como uma final, o jogo do campeonato, etc. aí já é demais. É como dar a mão para um sujeito de 30 anos para atravessar a rua. Ou seja, desnecessário. Atravessar a rua e ganhar do Atlético são coisas que fazemos cotidianamente, sem nem reparar mais. Nada fora do comum.
Quanto a buzinaço e foguetórios, preferimos deixar para DEPOIS do jogo, quando comemoramos as vitórias e os títulos. Quem tem vitórias e títulos para comemorar faz assim. Quem não tem solta antes...

***

Apresentação encerrada, a Esquadrilha da Fumaça acabava de ganhar mais uma fã ardorosa e as ruas de Salvador ganharam um flamenguista ansioso, procurando por um lugar onde se informar sobre o resultado do jogo. Não demorou para me aparecer um sujeito em uma janela, vestido com a mulambenta camisa do patético Atlético. Cara triste, expressão angustiada. Bom sinal. Me aproximei:

- E o jogo, cumé que foi?

- Eles esculacharam... tristeza... 3 X1 pra eles...

"Pra eles"? Pera aí, tio! Me confundiu! Desfazer o equívoco era preciso.

- Pra eles, não, meu senhor. Pra nóis! MENGÔ!

E saí correndo, até para poupar os ouvidos de Letícia do que poderia vir dali. Mas também, não importava. O domingo estava ganho. Aproveitando a inspiração da Esquadrilha, o galo havia virado... fumaça. De novo.


Quem é doido de não se empolgar com o Mais Querido do Brasil?

2 comentários:

Camila disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Descontos da Web disse...

cara seu blog eh sensacional, pena que não esta mais ativo.