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Com o novo trabalho que haviam recebido, redator e diretor de arte e redator chegaram ao extremo de um conflito que se arrastava fazia algum tempo. Discordavam, batiam boca, nunca conseguiam se entender sobre o trabalho. Tinha tudo para dar errado. E dava. E, para aqueles entre meus 13 leitores que estudaram e não precisam ralar com publicidade, explico: o redator escreve os textos dos anúncios, comerciais, spots de rádio e tudo o mais que tiver texto em uma peça publicitária. O diretor de arte se preocupa com a parte visual das coisas, que tipo de foto, que tipo de letra, etc. Isso muito superficialmente, claro. Mas voltemos à história.
O novo trabalho, sobre um creme de leite "tão fresco que você bate e vira chantilly" havia azedado ainda mais a relação entre os dois. Uma violenta discussão irrompeu na sala da criação e os dois quase chegaram às vias de fato. O diretor de arte até provocou, usando a clássica frase "vamos lá fora resolver isso de outro jeito". Mas o redator, numa saída de mestre, desdenhou da proposta:
- Eu não. Você é tão fresco que se eu te bater você vira chantilly.
Quem é doido de partir para a ignorância quando se é melhor na inteligência?