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Corriam os anos de chumbo e, encarcerada em uma cela de um dos nefandos DOI-CODIs, por suspeita de "atividades subversivas", se encontrava praticamente toda a redação d'O Pasquim. A certa altura, chamando o militar que servia como carcereiro, resolveram exigir seus direitos. Argumentaram, cobertos de razão, que tinham, todos, curso superior e, portanto, tinham direito a prisão especial. Pediram que o rapaz fosse procurar seus superiores e dar jeito na situação. Afinal, lei é lei.
Militar disciplinado, seguiu a cadeia de comando e foi procurar seu superior. Minutos depois, retorna com uma enorme cartolina e prende na porta da cela onde os pasquinianos esperavam. Em letras garrafais, dizia a cartolina: "PRISÃO ESPECIAL".
Problema resolvido... *
O mal de querer ser engraçadinho é que pode sempre ter outro engraçadinho do lado de lá... mesmo que de farda!
Quem é doido de não reconhecer que a contra-piada foi sensacional?
*Episódio narrado por Ronaldo Costa Couto em seu indispensável livro "História Indiscreta da Ditadura e da Abertura no Brasil", que eu recomendo enfaticamente e de cujo trecho descaradamente me apropriei...